ATA DA CENTÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.11.1998.

 


Aos trinta dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas das Quadragésima Terceira e Quadragésima Quarta Sessões Solenes e da Oitava Sessão Extraordinária, que deixaram de ser votadas face à inexistência de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Anamaria Negroni, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 20/98 (Processo nº 3242/98); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 01 Pedido de Providências e a Indicação nº 92/98 (Processo nº 3293/98); pelo Vereador Hélio Corbellini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/98 (Processo nº 3300/98); pelo Vereador João Carlos Nedel, 02 Pedidos de Providências, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/98 (Processo nº 3296/98) e o Projeto de Resolução nº 51/98 (Processo nº 3326/98). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 474/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 132/98, do Senhor Flávio Borella, Presidente da Sociedade Brasileira dos Cirurgiões-Dentistas - SOBRACID; 349/98, do Senhor Jocelei Luiz Consalter Flôres, Presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul - UVERGS; Impresso do Instituto Municipalista Brasileiro - IMB, divulgando o XX Congresso Nacional de Vereadores. A seguir, face às manifestações dos Vereadores Nereu D'Ávila, Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação a ser dada às Indicações enviadas pelos Senhores Vereadores ao Governo do Estado, solicitando a instalação de telefones públicos em Porto Alegre, tendo em vista a privatização da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT. Também, o Vereador João Dib registrou o transcurso, ontem, do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, manifestando-se acerca da forma de registro desta data pela Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Izabel L'Aryon, Presidenta do Sindicato dos Compositores Musicais do Rio Grande do Sul -SICOM/RS. Após, concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Airton Pimentel Silveira que, em nome da entidade supra mencionada, discorreu a respeito da nova legislação de trânsito em vigor no Brasil, tecendo críticas à atuação do Executivo Municipal nas ações de fiscalização de trânsito em Porto Alegre e propugnando pela realização de maior número de campanhas educativas, a fim de conscientizar a população sobre o conteúdo do novo Código Nacional de Trânsito. Às quatorze horas e quarenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de "quorum". A seguir, o Vereador Elói Guimarães formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, realizando-se o período de Comunicações logo após a homenagem ao Dia de Solidariedade ao Povo Palestino. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Mustafa Rekardo Hassan, Presidente da Sociedade Palestina da Grande Porto Alegre, Adib Abdel Raq, representante da Embaixada Palestina no Brasil, e Saleh Baja, representante da Comunidade Palestina, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos. Após, concedeu a palavra ao Vereador Adeli Sell que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, saudou o transcurso do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, referindo-se à vigência, no Município de Porto Alegre, da Lei nº 6858/91, que institui esta data comemorativa. Também, registrou a luta do povo homenageado para a consolidação de um Estado Palestino, através da demarcação de um território próprio, e propugnou por ações que colaborem para o término dos conflitos no Oriente Médio. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor João Verle, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação, e, constatada a existência de "quorum", foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Maria do Rosário, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossados na vereança os Suplentes Cyro Martini, em substituição ao Vereador Clovis Ilgenfritz, e Maristela Maffei, em substituição à Vereadora Maria do Rosário, informando que Suas Excelências integrarão, respectivamente, as Comissões de Economia, Finanças e Orçamento e de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann teceu considerações acerca dos esforços empreendidos pelo povo palestino para a consolidação de um Estado próprio. Ainda, mencionando estar instalada no Rio Grande do Sul a maior colônia palestina no País, destacou a influência do aporte humano e cultural do povo palestino para a formação da sociedade gaúcha. O Vereador João Dib, registrando sua ascendência libanesa, prestou homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino e discorreu a respeito da participação dos países no processo de paz ora em curso no Oriente Médio, externando seu desejo de que as negociações entre palestinos e judeus cheguem a bom termo. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Adib Abdel Raq, que agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo, procedendo à leitura de fax enviado pelo Senhor Musa Amer Odeh, Embaixador da Palestina no Brasil. Às quinze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de "quorum". A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Elói Guimarães, anteriormente formulado, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o Colégio São João, pela transcurso dos seus setenta anos de fundação, nos termos do Requerimento nº 213/98 (Processo nº 3160/98), de autoria do Vereador Elói Guimarães. Compuseram a Mesa: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Professor Celso Armando Dalben, Diretor do Colégio São João; o Irmão Ivo Bertilo Ames, representante do Provincial Irmão Jardelino Menegat; o Senhor Ilo Ville Coutinho, Presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio São João; a Professora Solange Batista da Silva, Presidenta do Centro de Professores e Funcionários do Colégio São João; os Professores Arlindo Heinen e Delvino Algeri; o Vereador Juarez Pinheiro, 1º Secretário da Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães saudou o transcurso dos setenta anos de fundação do Colégio São João, destacando os princípios de solidariedade, igualdade e fraternidade que sempre nortearam as atividades educacionais deste Colégio, no intuito de oferecer um ensino de qualidade, proporcionando aos estudantes um desenvolvimento pleno de todas as suas aptidões. O Vereador João Carlos Nedel saudou o Colégio São João, analisando a influência decisiva da Igreja Católica Apostólica Romana para a qualificação do ensino no País, através da manutenção de instituições de ensino de caráter confessional, e ressaltando a inserção da Instituição homenageada neste contexto. O Vereador Antonio Hohlfeldt rememorou sua infância junto ao Colégio São João, a convivência que manteve com professores e colegas, agradecendo a todos que trabalham para dignificar essa instituição e afirmando que a orientação educacional por ela oferecida é dinâmica e ampla, atingindo também as famílias de seus alunos. O Vereador Carlos Alberto Garcia, registrando que muitos Vereadores desta Casa estudaram em colégios Lassalistas, parabenizou os professores dessas escolas pela sua obra, ressaltando que nestes setenta anos o Colégio São João formou cidadãos convictos, responsáveis e compromissados com a sociedade. O Vereador Cyro Martini prestou homenagem ao Colégio São João e à Congregação La Salle, tecendo considerações acerca da importância da orientação religiosa da escola, destacando, especialmente, o trabalho educacional dos Irmãos Lassallistas. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Celso Armando Dalben, que, em nome do Colégio São João, agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo. Às dezesseis horas e quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de “quorum”. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi rejeitada a Emenda nº 06 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/98, por quatorze votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Cyro Martini e Maristela Maffei. Foram aprovadas a Emenda nº 07 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07, ambas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/98, após serem encaminhadas à votação pelo Vereador Luiz Braz. Na ocasião, face a manifestações do Vereador Nereu D’Ávila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor da Subemenda nº 01 à Emenda nº 07, acima referida. Foi aprovada a Emenda nº 08 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/98, por dezoito votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Paulo Brum, Carlos Alberto Garcia, Antonio Hohlfeldt, Adeli Sell e João Carlos Nedel, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco, esta com Declaração de Voto, e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Renato Guimarães, Cyro Martini e Maristela Maffei. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Pedro Américo Leal, solicitando anulação do Requerimento de Licença para Tratar de Interesses Particulares formulado por Sua Excelência, aprovado durante a Centésima Sessão Ordinária, e a conversão em Licença para Tratamento de Saúde, a vigorar do dia primeiro ao dia sete de dezembro do corrente. Foi aprovada a Emenda nº 09 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/98, por dezessete votos SIM, treze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Carlos Nedel, Henrique Fontana, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, Antonio Hohlfeldt e Nereu D’Ávila, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco, Não os Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Cyro Martini e Maristela Maffei, tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Adeli Sell, José Valdir, Gerson Almeida, Antônio Losada e Maristela Maffei. Foi aprovada a prorrogação da presente Sessão, nos termos regimentais. Foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, a partir das dezoito horas e vinte e cinco minutos, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Foi rejeitada a Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 35/98, por quatorze votos SIM e dezessete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro e Lauro Hagemann. Foi rejeitada a Emenda nº 11 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/98, por quatorze votos SIM, dezesseis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib, Renato Guimarães e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Cyro Martini e Maristela Maffei e tendo optado pela Abstenção o Vereador Isaac Ainhorn. Foram aprovadas a Emenda nº 12, a Subemenda nº 01 a ela aposta e as Emendas nºs 13 e 14 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/98. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 37/98, com Anexo I. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 38/98, com Anexo I, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 39/98. Foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador Luiz Braz, subscrita pela Vereadora Sônia Santos, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 79/98 (Processo nº 1690/98). Às dezenove horas e dezenove minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Juarez Pinheiro e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Reginaldo Pujol. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Sr. Nereu D’Ávila está com a palavra para uma Questão de Ordem.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, acabo de ouvir uma Indicação do nobre Ver. Carlos Alberto Garcia com relação a um telefone público, “orelhão”. Na Comissão de Justiça estamos com a tendência de negar esse pedidos, uma vez que a CRT foi privatizada. Considerando que o Governador do Estado não tem mais ingerência nenhuma, é inócuo esse tipo de pedido, no nosso entendimento, pelo menos, majoritário na Comissão de Justiça. Indago à Mesa se não se está laborando em equívoco, ao solicitar pedidos de indicações para algo que inexiste. Vai para quem esse pedido de indicação?

O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D’Ávila, acredito que ainda exista a possibilidade de serem feitas Indicações endereçadas à CRT, pois existe um órgão que é constituído pelo Estado, que tem o controle do serviço, ligado à ANATEL. Há um órgão estadual que também controla os serviços. Acreditamos que podemos continuar a fazer as Indicações, até que haja algum tipo de resposta contrária às Indicações que estão sendo feitas. Penso que não podemos abrir mão de algo que, praticamente, é um costume da Casa e que até agora não tem sido negado, pelo menos, pela CRT.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Não estamos abrindo mão, mas esses órgãos que constam aí não são mais órgãos de competência destas informações que V. Ex.ª está dando. Estou com outras informações. Para mim, não existe mais órgão gestor, no Estado, com competência para responder afirmativamente a esse tipo de coisa.

Eu gostaria que a Comissão de Constituição e Justiça examinasse esses órgãos tipo a ANATEL e outros, para ver da sua competência e ver da possibilidade de continuarmos com Pedido de Indicação, porque não adianta continuarmos a fazer algo que, juridicamente, não existe mais.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, nada obsta que encaminhemos a matéria para a Comissão de Constituição e Justiça, mas seria interessante que ouvíssemos a Procuradoria da Casa para que tivéssemos, também, o seu Parecer.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, recentemente a Comissão já se manifestou a respeito da questão da ANATEL, só que nós queremos informar, primeiro, a real necessidade de a comunidade em ter telefone público e, segundo, a Casa Civil sempre tem-se manifestado favoravelmente ao nosso Pedido.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na mesma linha, eu sou voto vencido na Comissão e queria sustentar o seguinte: A circunstância de ter um Parecer, aprovado, até o presente momento, nesse sentido, não forma jurisprudência uniforme. Esse é um assunto que na própria Comissão já se acertou que será objeto de discussão mais aprofundada, porque essa nova situação, colocada, pode gerar mudança de enfoque a partir do término do atual governo que, segundo o Líder do PSB, tem respondido e atendido às solicitações.

Sr. Presidente, eu entendo que essa sua orientação de ouvir a Procuradoria, além de ser correta corresponde ao desejo da Casa. A Indicação tem sido bem encaminhada, pois é encaminhada ao Governador do Estado como sugestão. Se ao Governador do Estado é possível a implementação da sugestão, e parece que tem sido, porque tem respondido afirmativamente, nós temos alcançado o objetivo, se isso não vier mais a ocorrer aprofunda-se o estudo na busca da forma pela qual o Vereador irá mitigar por essas providências que até agora tem sido via Indicação.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, o dia de ontem foi o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino. Houve algum percalço na homenagem que se queria fazer aos palestinos. Solicitamos a V. Ex.ª que, após a utilização da Tribuna Popular, alguns líderes falem em nome do povo palestino. Solicitamos que as autoridades representativas do povo palestino, entre eles o Sr. Sales Baja, façam parte da Mesa, quando os líderes usarem a tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE: No momento adequado, vamos convidar as lideranças do povo palestino para fazer parte da Mesa.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Presente à Sessão a Sr.ª Izabel L´Aryon, Presidenta do Sindicato dos Compositores Musicais – SICOM/Rio Grande do Sul, a qual convidamos para fazer parte da Mesa. o Sr. Airton Pimentel Silveira, representante da Sindicato está com a palavra pelo tempo regimental de dez minutos. Assunto: problemas do trânsito e fiscalização municipal.

 

O SR. AIRTON PIMENTEL SILVEIRA: (Lê.)

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em tempos esses de agora, de aperto de cinto na economia de guerra, onde o dinheiro anda escasso, o mercado de trabalho difícil, concorrido e precariamente remunerado, o do operário, do funcionário, do militar, dos doutores, do pobre cidadão brasileiro que não consegue equilibrar a balança de suas despesas, as mais elementares e essenciais, seja de moradia, transporte, alimentação, escola, faculdade, etc.

Eu protesto pela forma desumana como está sendo administrado o trânsito em Porto Alegre, nossa querida, majestosa e histórica capital dos gaúchos, onde está sendo aplicado um golpe impiedoso no bolso dos porto-alegrenses pelos tais de azuizinhos, fiscais de trânsito. É simplesmente um terrorismo a operação caça-multas desses funcionários. Sabemos que a culpa não é deles porque, tão-somente, representam e obedecem ao sistema estabelecido pelos interesses coordenados pelas forças globalizadoras que digitam os signos desse caos internacional.

Estamos constrangidos frente aos robôs. E vejam, enquanto os grupos internacionais ganham bilhões e mais incentivos fiscais para estender as suas garras poderosas de sugar, absorver, monopolizar e manipular os poderes constituídos contra os interesses da Nação brasileira.

Trepida a nossa autonomia administrativa e também a nossa soberania nacional pela falta de zelo da maioria dos nossos representantes no Congresso Nacional.

Parece-me que tudo que seja do interesse verdadeiro, realmente do povo, é impossível de ser aprovado. Agora, uma máquina de extorquir o dinheiro do povo, isso sim, promulgam uma Lei, com regras, códigos com 147 páginas bem polpudas e recheadas de tudo quanto é gancho para enfiar a mão no bolso de quem tem um automóvel. Não há diálogo, sem falar que quem tem mais proteção não é propriamente a sociedade civil, entretanto, insistentemente, isso sim, os macroestabelecimentos, os bancos, os conglomerados comerciais dos shopping-centers, supermercados, etc.

O povo sempre esquecido de seus projetos, somente é lembrado nas campanhas eleitorais.

Eu pergunto por que o Sistema Nacional de Trânsito que é o conjunto de órgãos e entidades da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, - que têm por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normalização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades, - não promove uma campanha nacional de educação no trânsito, porque os objetivos básicos que estabelecem diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito e fiscalizar seu cumprimento que não estão sendo contemplados, pela atuação ostensiva das multas por estacionamento proibidos.

Os funcionários que formam elenco administrativo devem estar bem inteirados e permanentemente atualizados sobre todos os complexos de vias e acessos urbanos, assim como também a comunidade usuária.

Nós queremos transparência nos critérios usados como parâmetros em qualquer decisão do sistema sobre a colocação de placas de sinalização de trânsito explicada, principalmente na regulamentação de estacionamento em todo o perímetro urbano.

A Administração pública tem que contratar engenheiros, arquitetos, urbanistas para observarem o fluxo de veículos e de pedestres para realmente eclodirem uma revolução séria no campo da humanização da urbe.

Valorizar o ser humano, destraumatizar a ansiedade, a aflição dos pedestres e condutores para que o fluxo de ir e vir seja uma conquista da modernidade, da óptica pela estética da beleza do que há de melhor no coração da nossa gente, para evitar os conflitos acesos no cotidiano da metrópole, para que a gente se sinta gente, todos irmãos e fraternalmente conduzindo seus destinos sem ódios nem rancores, com inteligência, com solidariedade. Escutando o seu rádio com a música da sua preferência, ou a partida de futebol do time de sua paixão.

Dirigindo sem sobressaltos, civilizadamente alegre e o coração benevolente para com os deficientes físicos, para com os senhores anciãos e senhoras gestantes. Dirigir com prazer, amar e respeitar as crianças e também os animais que por ventura inadvertidamente venham a obstruir o trânsito - inadvertidamente venham a obstruir o trânsito - inversamente, hoje ainda o indivíduo quando assume o volante ele se transforma. Incorpora-se num ser acuado como se estivesse entrando num labirinto de terrores em que a cada aceleração, freada, curva, semáforo, retorno, ele esta sendo perseguido pelo espectro da aflição, perguntando-se o que poderá acontecer de mal ou de errado. - Será que vou atravessar estes obstáculos com vida?

O sonar de uma buzina em frações de segundo denunciam a infração de trânsito, que pode parecer um crime. O sinal verde abriu. O carro enguiçou. Ninguém lembra nem pensa em exercitar um ato de solidariedade ao desgraçado do condutor que sofreu uma pane no motor. As avenidas se tornam uma praça de guerra, numa farra de buzinas, num vocabulário agressivo e atritado. E aí temos um campo minado de violências que revelam as seqüelas de uma sociedade equivocada nos valores positivos da humanidade.

Não obstante, vivemos um momento de alto risco de vida, nas vias urbanas, nas pistas e estradas do nosso imenso Brasil. Lamentavelmente, em Porto Alegre, esse Código de Trânsito atualizado está sendo implantado impiedosamente, tão unicamente, parece, instrumentado para a dilapidação da economia rasa do cidadão comum, através de contundentes multas injustas, e excessivas, que se tornam entraves, sobretudo impossibilitando o pagamento destas infrações.

Em contrapartida, do outro lado, não estava preparada a comunidade para receber tantas exigências da lei 9503, e do Decreto Presidencial 2327, de 23 de setembro de 1997, e que consagra esse Código Nacional de Trânsito, composto de 341 artigos, rivalizando e até superando nesses termos a Carta Magna do País, pois que a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, compõe-se de 245 artigos, que acrescidos aos do Ato da Disposições Constitucionais Transitórias, de 70 artigos, possui 315 artigos, que servem como base, mãe de todas as leis do País.

Sinceramente, não posso acreditar que os milhões de usuários das vias e pistas de toda a comunidade brasileira conheçam ou possam conhecer tão detalhado e prolixo Código de Trânsito. Até já fiz uma pesquisa doméstica e local, na minha rua, no meu bairro, com alguns amigos, vizinhos e até motoristas profissionais de táxi e caminhoneiros, perguntando se eles estavam a par do conteúdo e das dimensões deste novo momento, e como resposta senti que eles não sabem e ainda não estão acreditando nessa história de rigorismo das autoridades em geral.

Todavia, vejamos as condições precárias de nossas ruas, muitas vezes estreitas para ter sentido duplo, e outras tantas vezes, como tradicionalmente, parecendo muito natural, é usada por carroceiros, ciclistas, motociclistas, pedestres, carros de cargas pesadas, imensos e, ainda, por falta de espaço para garagens nas residências, os proprietários destas viaturas estacionam nos dois lados da vida. E aí vem todo um desmazelo, na falta de sinalização e na péssima conservação das placas em geral, por parte dos responsáveis oficiais da administração pública desse setor.

A nossa Capital não teve um planejamento de engenharia urbana nem arquitetônica que dispusesse as ruas e avenidas, túneis e passarelas simetricamente distribuídos, de maneira que se pudesse exigir da população cultura adequada àquilo que nunca teve e recebeu.

Porisso, não adianta o Presidente da República ou o Congresso Nacional instituírem um Código de Trânsito na Lei 9503, o Decreto 2327, no mesmo dia 23 de setembro de 1997, criando o CONTRAM, órgão máximo da União com a representação de seis Ministérios: o da Justiça, o da Ciência e Tecnologia, o da Educação, o do Desporto, o do Exército, o do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, do Ministério do Transporte, e mais o da Saúde, para a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, contraditoriamente, presumo que sem a representação dos órgãos técnicos políticos de trânsito, formado de especialistas desta área.

No meu ponto de vista, caberia uma outra decisão menos complicada, dada a extensão que atinge este Código Nacional de Trânsito e a solução dar-se-ia, neste caso, apenas com a criação do Ministério de Trânsito. Convenhamos, deveras, que são muitos ministérios! Não cabem seis ministérios, é demais para darem opiniões e dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito da União, dos estados e municípios e do Distrito Federal.

Eu proponho à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que é o foro mor dos edis e que estão investidos das prerrogativas políticas de legislarem, que apresente um Projeto, que eu sugiro que inspire o III Milênio/ Cidadão do Trânsito.

Considerando a inexistência de espaços nas ruas e avenidas, principalmente na área central do Município, o que torna insuportável e quase impraticável trafegar com dignidade cidadã, por não haver área de estacionamento nesse perímetro;

Considerando o preço alto dos estacionamentos e garagens, quase um absurdo a covardia de quem tem um terreno baldio para explorar este tipo de negócio;

Considerando que o automóvel é uma conquista notável da humanidade e que seu objetivo primordial é nos dar mais comodidade, mobilidade e felicidade,

Concluo que a administração pública deva estudar uma forma de equacionar esse estress e essa lacuna, a fim de conquistarmos mais conforto para a comunidade porto-alegrense, com a proposta de edificação de garagens e estacionamentos em todos os pontos flagelados por congestionamento de veículos, inclusive, obviamente, nos locais de serviços públicos, por exemplo: Centro Administrativo, Câmara de Vereadores, Prefeitura, etc.

Espero ter cumprido com a minha responsabilidade de cidadão porto-alegrense e ter colaborado humildemente com a minha cidade, com o meu povo e com os meus nobres e queridíssimos Vereadores de todas as siglas com assento nesta douta e gloriosa Casa de cidadania, que é a Câmara de Vereadores de Porto Alegre.”

Finalizando agradeço a oportunidade que me contemplou este espaço da Tribuna Popular da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Consultamos os Senhores Vereadores se desejam abordar o tema. Como nenhuma Bancada se manifesta para tratar desse assunto, queremos, aqui, agradecer à Dr.ª Isabel L’Aryon, Presidenta do Sindicato dos Compositores Musicais do Rio Grande do Sul - SICOM, e do Sr. Airton Pimentel Silveira, pelas suas presenças para tratar sobre “Os problemas do trânsito e a fiscalização Municipal”.

Acredito que este assunto mereça a atenção de todos os Srs. Vereadores, que, muito embora, não tenham-se manifestado neste instante sobre o problema. Várias foram as vezes que os Srs. Vereadores trataram, também, desse problema na Tribuna da Câmara Municipal e nas suas ações individualizadas, porque se preocupam, tenho certeza absoluta, com esse tema que é muito ligado ao fluir das ruas de nossa cidade e que não apenas hoje, mas já de algum tempo, tem-se feito de uma forma bastante complicada, fazendo com que todos os segmentos da população estejam muito preocupados, principalmente com a atuação recente dos chamados “azuizinhos”, que tem recebido, por parte da sociedade, uma série de críticas e essas críticas, acredito, devam ser carreadas, através de órgãos como a Câmara, para que a Administração de Porto Alegre possa tomar as devidas providências para fazer as correções.

Queremos agradecer a presença da Presidenta Isabel, ao Pimentel também, que vieram até aqui para suas manifestações. Muito obrigado.

Estão os suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h48min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h50min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, o Período das Comunicações está destinado a homenagear o Colégio São João, pela passagem dos seus 70 anos.

Então, inicialmente, requereria a V. Ex.ª se fizesse a inversão para que, logo após a homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, se procedesse à homenagem, porque os mestres, os alunos e a comunidade já se encontram presentes em nosso Legislativo.

 

O SR. PRESIDENTE: Logo que nós tivermos quórum, colocaremos em votação o Requerimento de V. Ex.ª.

Hoje é o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Temos a satisfação de receber aqui alguns representantes do povo palestino e solicitamos que nos dêem a honra de comparecer à Mesa dos trabalhos: o Presidente da Sociedade Palestina da Grande Porto Alegre, Sr. Mustafa Rekardo Hassan; o representante da Embaixada Palestina no Brasil, Sr. Adib Abdel Raq; o Presidente da Sociedade Árabe-Palestina Brasileira, Sr. Saleh Baja.

É uma satisfação muito grande poder receber hoje os representantes do Povo Palestino aqui na nossa Câmara de Vereadores. Já há muito tempo os Vereadores de Porto Alegre, através das diversas representações que tivemos aqui na Câmara Municipal manifestaram, sempre, grande simpatia pela causa do povo palestino.

O mundo inteiro acompanha a grande luta para que a paz se estabeleça de vez naquela região do mundo. Todos nós, tenho certeza absoluta, rezamos e pedimos muito que todas as forças materiais e espirituais estejam presentes sempre que se trata desse pleito que é, acredito, um dos mais justos, um pleito que já não é somente do povo palestino, mas de todos os setores da sociedade.

Pelo que se acompanha, parece que tudo caminha no sentido de que nós, com muita brevidade, tenhamos a comemorar, no mundo inteiro, o estabelecimento da paz naquela região. É o que todos nós queremos, e eu tenho certeza absoluta de que a grande colônia palestina, que está instalada no Brasil, também está querendo que isso aconteça com muita brevidade.

Aqui a colônia palestina vive em muita paz, e pode-se sentir esse desejo de paz, esse desejo de progresso e a grande contribuição que o povo palestino traz para todos nós, que vivemos aqui no Rio Grande do Sul. O povo brasileiro só tem a agradecer a grande contribuição que os senhores trazem para o nosso progresso e nós cumprimos a nossa obrigação fazendo com que a nossa solidariedade seja dada em todos os momentos em que os senhores fazem reivindicações por intermédio da nossa Câmara Municipal.

Vai usar a palavra, em nome da Mesa, o Ver. Adeli Sell, neste Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, para dizer o que pensa esta Casa. Com a palavra o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sr. Secretário, Ver. Paulo Brum; Presidente da Sociedade Palestina da Grande Porto Alegre, Sr. Mustafa Rekardo Hassan; representante da Embaixada Palestina no Brasil, Sr. Adib Abdel Raq; Presidente da Sociedade Árabe Palestina Brasileira, Sr. Saleh Baja; Sr.as e Srs. Vereadores; Senhoras e Senhores.

Existe uma lei no Município de Porto Alegre, Lei 6.858, sancionada pelo então Sr. Prefeito Municipal Olívio Dutra, de 16 de julho de 1991, que institui em âmbito municipal o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino. O art. 2º, diz que a Câmara Municipal de Porto Alegre, juntamente com o Executivo e as entidades Árabes-Palestino-Brasileiras, sediadas no Município, promoverá atividades comemorativas alusivas à data.

Vinte e nove de novembro: Dia de Solidariedade ao Povo Palestino.

Para nós, como já disse o Presidente Luiz Braz, é uma grande honra contar com a Comunidade Palestina, nesta tarde de segunda-feira neste Plenário.

Queremos dizer que não é apenas o momento de comemorar e marcar uma data, é momento, também, de nós, brasileiros, que sempre lutamos, sempre batalhamos pela solidariedade entre os povos, pela paz, justiça e democracia, neste dia estejamos, aqui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, marcando esta data e dizendo que como sempre esta Casa está empenhada na defesa da justiça, igualdade e fraternidade. Nós vimos, infelizmente, ainda muito recentemente graves problemas, conflitos no Oriente Médio, envolvendo a Colônia Palestina.

Nós propugnamos a paz, lutamos pela paz, buscaremos ser participantes ativos deste processo, seja aqui, com esta homenagem, no dia de hoje. Mas, se amanhã estivermos em outros lugares, em mobilizações, em organização pela paz, na Palestina, no Oriente Médio, para a paz entre os povos, nós estaremos, sem dúvida nenhuma, tenho plena convicção, os 33 Vereadores engajados nesse processo, porque, aqui, de forma coletiva e solidária, em todos os momentos, esta Casa tem-se manifestado dessa maneira.

É uma gratidão para mim poder falar em nome da Casa, em nome da Mesa e dizer que nós estaremos, entre hoje e o ano que vem, nesse período, da mesma forma, ativamente engajados na luta pela paz. Nós queremos que a comunidade palestina do Rio Grande do Sul sinta-se, mais do que nunca, representada na Câmara Municipal de Vereadores, e que a colônia palestina continue na luta pela paz, como sempre fez.

Lembro-me que no final dos anos 70, quando houve graves conflitos e graves acontecimentos no Oriente Médio, fomos, em praça pública nos manifestar junto à colônia palestina em lugares públicos, em Câmaras e Assembléias.

Nós, Ver. Lauro Hagemann, Ver. João Dib, Ver. Fernando Záchia, continuaremos nesse mesmo processo. Não precisamos mais de palavras de elogios por essa data, mas precisamos do engajamento, não apenas desta Casa, mas dos ouvintes da TV Câmara, dos assistentes deste Plenário, da comunidade do Colégio São João, e de todos os que prestigiam este evento, estarmos engajados neste justo pleito por liberdade, por fraternidade entre os povos e a paz no Oriente Médio. Paz para o povo palestino e progresso para todos aqueles que querem um mundo melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do ex-Vereador João Verle, que é o Diretor do DEMHAB.

O Ver. Clovis Ilgenfritz solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Clovis Ilgenfritz, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

A Ver.ª Maria do Rosário solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença da Ver.ª Maria do Rosário, e dada posse à Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra em Comunicação de Líder, pelo PPS.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) Srs. Vereadores, Colônia Palestina que temos a honra de receber esta tarde, em especial o Sr. Ahmad Raschid, Cidadão Honorário de Porto Alegre. É uma grata oportunidade para os Vereadores da Capital do Rio Grande de se pronunciarem esta tarde, no dia em que comemoramos o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.

O Ver. Adeli Sell já referiu que isso é conseqüência de uma Lei Municipal, que nós instituímos. E, como ontem, 29 de novembro, era domingo, nada mais justo que se transferisse para hoje esta homenagem. O mundo todo acompanha com bastante expectativa e simpatia a luta tenaz dos palestinos, espalhados pelo mundo todo, em conseguirem seu território, a sua pátria. Hoje ela está dividida, em pedaços, não há ainda uma consistência maior, e isso é fruto das desavenças do chamado grande mundo ocidental, que não permite que os palestinos, cujo território foi instituído na mesma resolução da ONU, que criou o Estado de Israel, conseguisse se efetivar.

A luta tenaz do povo palestino, dos seus dirigentes, pela consecução do seu território está produzindo frutos, mas são muito pequenos e muito lentos pelo tamanho da causa que ela representa. Agora, há uma semana, pela primeira vez, a palestina tem direito a ter um aeroporto internacional, ter uma linha aérea, e isso é uma das coisas mais elementares para que um povo tenha relacionamento direto com os demais povos do mundo. São acontecimentos como esse que nos anima a prosseguirmos em favor dessa luta junto com o povo palestino.

Essa é a solidariedade que os palestinos precisam que o mundo lhes dê. E eles são um povo operoso, mas, pelas circunstâncias, espalhados pelo mundo. O Rio Grande do Sul tem a honra de ter a maior colônia palestina do Brasil, e isso não é dito por um simples Vereador do povo de Porto Alegre, isso é dito pelo Itamarati. Essa circunstância faz com que nós, de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, em reconhecimento ao aporte humano, econômico, social e político, que a colônia palestina trouxe ao Rio Grande do Sul, temos que nos colocar pari e passu nessa linha de solidariedade, e é o que estamos fazendo, que não fiquemos apenas nos discursos, que a nossa solidariedade seja efetiva.

Para isso, contamos com os dirigentes da colônia para que nos digam o que devemos fazer para que essa solidariedade se torne mais efetiva e concreta. Hoje nos cumpre alertar a sociedade rio-grandense, a sociedade porto-alegrense, para este Dia de Solidariedade ao Povo Palestino, que passa por momentos graves, e já passou por momentos piores, quem sabe passará por outros ainda mais agudos amanhã, mas que o povo palestino possa ter a sua pátria, o seu território, porque é um dos povos mais antigos que se conhece, vem dos tempos bíblicos. E, infelizmente, a divisão internacional, as forças reacionárias do mundo não permitem que a Palestina seja um país como tantos outros que nós temos, em benefício da paz do mundo, e não só do Oriente Médio. Parabéns aos palestinos, e contem conosco! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu posso dizer, em meu nome e do Ver. Zachia, que temos profundo orgulho dos nossos ascendentes árabes. Nossos pais têm uma íntima ligação com o Líbano; o Líbano, onde maronitas e muçulmanos convivem pacificamente; o Líbano, que nos colocou muitas coisas boas nas nossas formações e que nos faz sentir profundamente emocionados quando falamos nos árabes. Para nós, os árabes constituem um único povo. Alguns sofrendo mais, outros sofrendo menos. Mas somos brasileiros e brasileiros, em toda a História do Brasil, sempre buscam a paz. E gostaríamos de ver essa paz em todo o Oriente Médio, gostaríamos de ver o mundo todo em paz.

Hoje, o grande problema de paz no mundo, está entre Israel e a Palestina. Se deixassem eles resolverem sozinhos os seu problemas, o assunto já teria sido equacionado e resolvido, mas há interferências internacionais poderosas que impedem que isso ocorra, mas temos a certeza de que o novo milênio há de encontrar paz no Oriente Médio.

O Ver. Isaac Ainhorn e eu temos convivido freqüentemente com os palestinos da nossa querida Porto Alegre. Encontramos um povo apenas preocupado com o progresso da nossa querida Cidade, com o progresso do nosso Estado e do nosso País; encontramos um povo pacífico, amigo, educado, gentil, e que sabe ter solidariedade para com todos aqueles que têm o mesmo sangue árabe.

Ficamos felizes, neste dia em que a Câmara comemora o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, em encontrar, nas nossas galerias, todos esses patrícios queridos que conhecemos tão bem. Pedimos ao Adib que transmita à Embaixada Palestina no Brasil que esta Câmara está sempre presente nas suas preocupações: a paz no Oriente, a paz no mundo. O povo de Porto Alegre também é pacífico, o povo de Porto Alegre também deseja paz. E eu termino dizendo: saúde e paz!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr. Adib Abdel Raq.

 

O SR. ADIB ABDEL RAQ: Sr. Presidente. Em primeiro lugar, peço desculpas pelo meu português ruim, que eu aprendi na raça, na garra e por muita necessidade. Em segundo lugar, vou fazer a leitura deste documento que trouxe, em nome do Governo da Palestina. (Lê.)

“Senhor Presidente; Senhoras e Senhores Vereadores da Câmara de Porto Alegre; Senhoras e Senhores presentes. Inicialmente, permitam-me manifestar o meu agradecimento a esta respeitada Casa pela realização desta Sessão Especial em solidariedade ao Povo Palestino. Em seguida, quero agradecer, de maneira especial, ao Senhor Ver. Adeli Sell e ao amigo Ahmad Hashid, que se empenharam pela realização deste evento.

Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral das Nações Unidas, presidida pelo Senhor Osvaldo Aranha, adotou uma Resolução dividindo a Palestina em dois Estados: um, judeu, agraciado, pela Resolução, com 56% da área da Palestina; o outro, palestino, com o restante dos 44%.

Em 15 de maio de 1948, foi instalado o Estado de Israel, que ocupou, pela guerra, em seus primeiros dias, metade da área destinada, pela Resolução, ao Estado Palestino. O Estado de Israel começou a ocupar as terras, aterrorizado a população, submetendo-a ao massacre organizado com a finalidade de obrigá-la a sair e transformando, com o uso de força e terror, mais da metade do povo palestino em refugiados, no que restou da terra palestina, nos países árabes vizinhos. Israel dominou 78% das terras palestinas, nas quais permaneceram pouquíssimos palestinos. Diante dessa situação, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução nº 194, em dezembro de 1949, exigindo de Israel a repatriação dos refugiados palestinos, devolvendo-lhes suas propriedades e indenizando-os.

Israel foi admitida como membro da ONU com a condição de implementar as Resoluções 181 e 194, já mencionadas, o que não foi obedecido até hoje.

Sucederam-se os acontecimentos e as guerras durante as quais Israel ocupou, em 1967, o que restou dos territórios da Palestina e partes do Egito, Síria, Jordânia e, mais tarde, Líbano.

A adoção, pela ONU, da Resolução 32/40 em 02 de dezembro de 1977, consagrando o dia 29 de novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, foi uma confirmação do reconhecimento, pela comunidade internacional, da sua responsabilidade pela tragédia imposta ao povo palestino pela ocupação israelense e suas implicações, bem como de dever de encontrar uma solução justa, duradoura e abrangente para o conflito árabe-israelense, de acordo com a legalidade, o Direito Internacional e as Resoluções da ONU, particularmente a de nº 181, uma parte da qual foi cumprida com a instalação do Estado de Israel, e a outra parte, que previa a instalação de um Estado Palestino, ainda não foi implementada.

O processo de paz, iniciado em Madrid por iniciativa do Presidente norte-americano George Bush, com base na aplicação das Resoluções 242, 338, é a “Terra em troca de paz”, Resoluções essas que proíbem a ocupação de terras alheias pela força e exigem de Israel a retirada dos territórios ocupados e a solução do problema dos refugiados.

A Conferência de Madrid, que conduziu ao acordo de Oslo, definiu as bases e as regras da solução. Mas, a extrema-direita israelense, liderada por Benjamin Netanyahu, exerceu uma terrível política de excitação contra o Governo do Sr. Isaac Rabin, que assinou conosco o acordo da paz, provocando seu assassínio nas mãos de um fanático israelense. Em seguida, eleições antecipadas levaram ao poder o Sr. Netanyahu com seu programa contrário ao acordo da paz e de Oslo. Desde a sua chegada ao poder o Sr. Netanyahu vinha trabalhando no sentido de debilitar e bloquear o acordo, tentando impor um novo acordo, conforme a sua concepção. Consagra a ocupação e a usurpação dos direitos dos palestinos e, conforme o acordo, continua apoiando e estimulando a colonização israelense em territórios palestinos, considerado, pelo Direito Internacional, como crime de guerra. Ele impede a construção do porto palestino de Gaza e também a estrada segura que liga a Cisjordânia à Faixa de Gaza, em um outro extremo. Além disso, ele prossegue na judaização de Jerusalém e no confisco das propriedades, sufocando a economia palestina mediante uma constante política de fechamento e impedindo a libertação dos presos palestinos, como manda a lei.

Diante da grave situação decorrente dessa política israelense contrária à letra, ao espírito da paz, e depois de várias frustradas tentativas, o Presidente norte-americano Bill Clinton conseguiu pressionar o Sr. Netanyahu para assinar conosco o acordo de Wye River, depois de longos dias de difíceis negociações que foram assistidas pelo Presidente Clinton e pelo Rei Hussein, da Jordânia. Este acordo constituiu um mecanismo para a implementação de acordos anteriores, debilitados pelo próprio Netanyahu.

Nosso problema com o governo Natanyaho não reside nos acordos, pois esses já existiam antes da sua chegada ao poder, e sim, na implementação deles. Caros amigos, nós somos a parte que mais necessita da paz e da segurança após cinqüenta anos da fundação do Estado de Israel e a dispersão (diáspora) do nosso povo pela força e pelo terror e, após trinta anos da ocupação israelense do resto dos territórios palestinos.

Amigos, os senhores devem compartilhar conosco a opinião de que, a implementação das resoluções da legalidade internacional, concernentes ao conflito árabe-israelense, o fim da ocupação israelense e o estabelecimento da justiça, constituem o caminho para a paz que assegure a segurança para todos e possibilite ao povo palestino o exercício de seus direitos naturais no retorno à sua pátria, na autodeterminação e em ter um estado próprio, independente e com Jerusalém como Capital, pois, conforme as resoluções da ONU, essa cidade é considerada como parte dos territórios ocupados que deveriam ser desocupados, e pretendemos fazer dele um modelo e exemplo de paz, aberto a todos. Assim, a cooperação substituirá a guerra e o confronto e o intercâmbio cultural e científico tomará a lugar da opressão, da injustiça e da agressão.

Com isso, concretizar-se-á a solução justa, abrangente e duradoura no Oriente Médio, em todas as direções e frentes palestinas, sírias e libanesas. A Palestina, caros amigos, é o núcleo do conflito; e a recuperação do direito palestino conduzirá à paz. Seu apoio, caros amigos, à Palestina é apoio à opção da paz, a nossa opção democrática que pretendemos estabelecer como estilo de vida. É um apoio à construção de um Estado Palestino moderno com base na pluralidade, no direito, na tolerância, na igualdade e no respeito aos direitos humanos.

A manutenção da ocupação israelense representa a continuação da agressão contra o nosso povo e a nossa pátria; e uma violação à Carta das Organização das Nações Unidas, ao Direito Internacional e a todos os valores humanos. É, também, a negação da democracia que procuramos estabelecer, pois, sob égide da ocupação e da ausência da liberdade, fica impossível construir a democracia e protegê-la. Na ausência da democracia fica difícil conduzir o processo do crescimento e desenvolvimento.

Caros amigos, através da busca do desenvolvimento, pretendemos reconstruir tudo o que foi destruído, pela ocupação, de nossas infra-estruturas, recompensando nosso povo pelos anos de sofrimento, privação e opressão, assegurando-lhe uma vida livre e digna, que é o mínimo que um ser humano pode ter, sob a égide da independência e da estabilidade. Não queremos gastar um único tostão pelo armamento e guerra. Queremos direcionar toda nossa energia para o desenvolvimento, até exterminarmos as causas da violência e do fanatismo e estabelecermos os valores da justiça, confiança, amor e paz, transmitidos pelos mensagens divinas e a partir da nossa terra, a Palestina, concretizadas pelos ensinamento do nazareno palestino, Nosso Senhor Jesus Cristo, para toda a humanidade.

Trabalhamos para que a paz reine no Mundo todo, inclusive em nossa terra, a Palestina, terra da paz e berço do Senhor Jesus Cristo. Mensageiro do amor e da paz, para devolvermos o sorriso, arrancado pela ocupação, pela guerra e também pelo medo, às nossas crianças e às dos nossos vizinhos árabes e israelenses, bem como às demais crianças do mundo.

Trabalhamos e lutamos para que a paz se estabeleça em nossa pequena pátria, pequena em tamanho, mas grande em seu patrimônio, seus valores, suas civilizações e sua história rica e milenar que remonta há mais de sete mil anos, para que o nosso povo possa dar a sua contribuição para a formação e enriquecimento da civilização humana e para que possamos festejar, com todo o mundo, a passagem dos dois mil anos do nascimento do palestino-nazareno Jesus Cristo, pela volta da paz tão proclamada por ele.

Nesta ocasião, temos a honra de convidá-los, caros amigos, para participar dos grandes festejos que serão realizados sob a bandeira da Palestina na cidade de Belém no Natal de 1999.

Viva a amizade palestino-brasileira.”

Em nome do meu caro amigo, Sr. Musa Amer Odeh, Embaixador da Palestina. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a todos os representantes da comunidade palestina que hoje vieram nos honrar com as suas presenças. Nós temos a satisfação de termos aqui, entre os nossos Vereadores, O Ver. João Dib, Fernando Záchia e este Vereador que tem os seus ascendentes ligados ao povo árabe.

Agradecemos a presença, em nossa Mesa, do Presidente do Sociedade Palestina da Grande Porto Alegre, Sr. Mustafa Rekardo Hassan: do representante da Embaixada Palestina no Brasil, Sr. Adib Abdel Raq e do Presidente da Sociedade Árabe Brasileira, Sr. Saleh Baja.

A todos os Senhores, mais uma vez, os agradecimentos desta Casa pelo trabalho que a comunidade palestina realiza aqui no nosso Rio Grande do Sul. Nossos agradecimentos a toda a contribuição que os senhores trouxeram nos diversos ramos do saber humano, principalmente no ramo da economia. Nós, realmente, só podemos ser extremamente gratos pela presença dos Senhores na Região Sul do nosso País.

Vamos suspender nossos trabalhos por um minuto para as despedidas daqueles que foram, hoje, nossos convidados e que vieram aqui para receber esta homenagem. Homenagem que nós prestamos todos os anos pela passagem do Dia Internacional de Solidariedade a Povo Palestino que transcorreu no dia de ontem. Mas, como bem disse o Ver. Lauro Hagemann, por ontem ter sido domingo, a homenagem foi transferida para este dia 30 de novembro, mas, com a mesma intensidade de amor.

Nós, no Plenário da Câmara de Vereadores, fazemos com que o povo palestino possa sentir a solidariedade do nosso Rio Grande do Sul e, principalmente, da sociedade porto-alegrense, através das manifestações ocorridas na tribuna. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Suspende-se a Sessão às 15h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h39min): Estão reabertos os trabalhos. Sobre a mesa um Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, que o período das Comunicações seja realizado imediatamente, já que é destinado a homenagear os 70 anos de fundação do Colégio São João.

Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao período das

 

COMUNICAÇÕES

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): É com muita honra que no período das Comunicações da Sessão de hoje, - nos termos do Requerimento nº 213/98, de autoria do Ver. Elói Guimarães que se destina a homenagear o Colégio São João pela passagem dos seus 70 anos de função -, este Secretário, que foi por muitos anos aluno de colégio Lassalista, passa a compor a Mesa dos trabalhos desta Sessão.

Convidamos a fazer parte da Mesa o Sr. Diretor do Colégio São João, Professor Celso Armando Dalben; o Irmão Ivo Bertilo Ames, representante do Provincial Irmão Jardelino Menegat; o Sr. Presidente da Associação de Pais e Mestres, Ilo Ville Coutinho; a Sra. Presidenta do Centro de Professores, Professora Solange Batista da Silva; o Professor Arlindo Heinen e Professor Delvino Algeri.

Srs. Vereadores, distinta assistência, é propositor desta homenagem, aos 70 anos do Colégio São João o Ver. Elói Guimarães, que hoje preside a Comissão de Constituição e Justiça.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Srs. Vereadores, Senhoras, alunos da 5ª série, representando o corpo discente da escola, irmãos, pais, mães de alunos, professores, e toda a comunidade do Colégio São João. Como todos assistiram parte da Sessão, esta Casa é uma caixa de ressonância de toda a problemática que envolve a Cidade de Porto Alegre, em especial, e de resto as mais diferentes questões que dizem com a realidade dos nossos dias.

Há pouco homenageamos o povo palestino, num pleito pela paz e pela solidariedade, e quando homenageamos um colégio, uma escola, em especial, nesta data, o Colégio São João vê transcorrer seu septuagésimo aniversário, nada melhor do que voltar ao tempo.

Eu aqui daria o testemunho de que um dos grandes princípios norteadores do ensino, da filosofia do Colégio São João foi, e é, exatamente a solidariedade, a fraternidade, a igualdade, a cristianidade, enfim, todo esse plexo de princípios que buscam fazer com que o homem melhor se prepare para a vida para enfrentar os problemas que envolve, de uma forma ou de outra, a pessoa e a sociedade.

Tem a solenidade um caráter formal, na medida em que a Casa homenageia o Colégio São João da Congregação Lassalista, e que, para mim, tem passagens profundas de emoções e de sentimentos, porque tive a honra e a oportunidade, prezados alunos aqui presentes, de ter estudado no Colégio São João, cursando o ginásio. O Diretor Celso Dalben e eu, fomos contemporâneos não de classe, mas fomos contemporâneos, fizemos questão de trazer à Mesa Diretora, simbolizando historicamente aquele período, os nossos queridíssimos professores, meu e do Celso, que hoje é o atual Diretor, o Prof. Arlindo Heinen e o Prof. Delvino Algeri.

Então, isso envolve uma passagem de profunda emoção para nós, poder, depois de transcorridos tantos anos, mais de três décadas, quatro décadas, poder estar, aqui hoje, homenageando esta grande instituição que é o Colégio São João, que é da congregação Lassalista. Aqui na Câmara Municipal existem muitos Vereadores que estudaram nas escolas Lassalistas, mas no Colégio São João estudou este Vereador e o Ver. Antonio Hohlfeldt, cujo pai também foi professor lá do Colégio São João.

Então, esta homenagem que a Casa quer prestar, quer registrar nos Anais da História de Porto Alegre, porque a Câmara Municipal de Porto Alegre, esta representação heterogênea da Cidade é, indiscutivelmente, a instituição, o instrumento mais representativo da Cidade de Porto Alegre, pois aqui estão representados os mais diferentes matizes ideológicos e aqui estão exatamente aqueles que a integralidade da população, através dos seus eleitores, escolheram para representar a Cidade nesta Casa. Então é da Câmara Municipal de Porto Alegre, é da Cidade de Porto Alegre que o nosso Colégio São João recebe esta homenagem.

O Colégio São João que, quando o historiador do futuro contar a história de Porto Alegre, quando o historiador do futuro registrar os acontecimentos e, principalmente, de uma área importante e fundamental para o desenvolvimento da Cidade, como a Zona Norte de Porto Alegre, não poderá deixar de fora da sua História o Colégio São João, como um grande referencial que é, que foi e que testemunhou, até certo ponto, o desenvolvimento da região Norte da Cidade de Porto Alegre, cresceu com a Cidade, recebeu as influências e influenciou no seu desenvolvimento. Por ali passaram gerações que ali, aqui e acolá foram interagindo nos mais diferentes setores da atividade humana.

O Colégio São João, fundado em 1928, iniciou as suas aulas no dia 1º. de março desse mesmo ano, e já se vão 70 anos. Vejam, exatamente naquele período, na área em que se encontrava, antes da Revolução de 30, às margens da várzea do Gravataí, a Cidade foi se desenvolvendo, bem como o Colégio, educando toda àquela região e continua até os dias de hoje. Este ano dedica-se às comemorações dos 70 anos de ensino qualificado porque, dentre os seus grandes princípios, e já disse um, existe o da solidariedade, da fraternidade, da igualdade. Estes princípios, adotados pelo Colégio São João, aliados ao signo religioso como um fator importante do desenvolvimento do ser humano foram, ao longo do tempo, fazendo com que o colégio fosse se credenciando e ganhando na Cidade de Porto Alegre o espaço de respeitabilidade, a posição, enfim, que ele ocupa no concerto educativo desta Capital.

Evidentemente, que outros oradores vão falar e o nosso tempo não pode ser diferente - é limitado. Esta Sessão deveria ter iniciado às 14 horas, mas esta Casa - reiteradamente nós temos dito isso - é extremamente democrática; por isso, os fatos vão acontecendo, mesmo com o seu Regimento, e o desenvolvimento das reuniões vão tendo um relativo atraso.

Então, receba nosso querido amigo, diretor Celso, em nome da comunidade do Colégio, toda a nossa homenagem. Nós devemos muito àquela instituição, Celso: eu, tu e tantos que lá estudaram, como também o presidente do Círculo de Pais e Mestres.

Os professores - o Arlindo, o professor Delvino - recebam, nesta tarde aqui na Câmara Municipal, o meu agradecimento. Se alguma coisa aprendi, devo, muito e muito, a vocês, professores, que nos honram com sua presença. Eu devo muito ao Colégio São João, todos os ensinamentos que tive a oportunidade de ali receber.

Mais uma vez quero dizer que está de parabéns o Colégio São João Batista. No tempo em que estudamos lá, o colégio se chamava São João Batista; hoje se chama Colégio de 1º e 2º graus São João.

É para nós uma honra ter prestado esta homenagem, e queremos dizer que o Colégio São João tem, na Cidade de Porto Alegre, o espaço que lhe corresponde, pela qualificação do seu ensino, pelo preparo dos seus mestres. Fica, portanto, no nosso agradecimento, a oportunidade que teve a Casa de prestar esta homenagem, quando o Colégio São João faz setenta anos de devoção, de dedicação à causa maior do ser humano, que é a sua educação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Ver.ª Anamaria Negroni, que cede o seu tempo ao Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa.) Por uma deferência especial da Ver.ª Anamaria Negroni, do PSDB, que me cedeu o tempo, falo em seu nome e dos demais Vereadores do PSDB, Ver. Antonio Hohlfeldt, Ver. Cláudio Sebenelo; além dos demais Vereadores da minha Bancada, Pedro Américo Leal e João Antônio Dib.

Mais uma vez, esta é uma oportunidade em que Porto Alegre e os Lassalistas estão em festa. Tivemos há pouco tempo a comemoração efusiva dos 90 anos do Colégio Nossa Senhora das Dores, que a todos orgulha. E agora os 70 anos do Colégio São João.

Volto nesta tribuna a repetir a importância da participação da Igreja Católica no setor da educação e no setor da saúde em nosso País. A história ainda muito vai contar dessa efetiva e profícua participação da nossa Igreja Católica em benefício da Educação em nosso País. Acho que nem São João Batista de La Salle fundador da Ordem pôde antever o desenvolvimento da sua obra no mundo e os frutos generosos que dela brotou.

Por isso a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, numa feliz iniciativa do ilustre Ver. Elói Guimarães, sente-se honrada em homenagear os 70 anos do Colégio São João que, com os seus mil trezentos e dezessete alunos e cento e dezenove professores e funcionários tanto contribuem para a causa da Educação no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre, local de sua Sede. No momento em que paira a ameaça da queda da filantropia para os colégios filantrópicos, fazemos votos que esse perigo não se concretize, pois seria uma elevação de custo sobre o ensino que poderia prejudicar o desenvolvimento da nossa educação. Apresentamos ao seu Diretor, Professor Celso Dalben; ao seu Vice-Diretor, Irmão Ivo Ames, a todo o seu corpo docente e discente, aos alunos e a todos que aqui estão nos honrando com suas presenças, aos senhores pais, os cumprimentos da nossa Câmara de Vereadores por esta grande data. Nós, em nome da Bancada do PPB e do PSDB que me cedeu o espaço, agradecemos ao Criador pela elevada contribuição do Colégio São João à causa da educação. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está inscrito para falar em homenagem aos 70 anos de fundação do Colégio São João, e cede seu tempo ao Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) o Ver. Elói Guimarães gentilmente lembrava, aqui, a minha relação com o Colégio São João. Eu quero me dirigir muito especialmente à figura daquele que foi para mim, até há cinco minutos, o Irmão Hilário, que é o Prof. Delvino Algeri.

O Irmão Hilário foi, dos tantos professores do São João, aquele que teve uma influência sobre mim, que talvez nem ele saiba, extremamente forte. Esse período em que fomos alunos do São João, onde fiz todo o Primário e o Ginásio, durante nove anos, foi o momento em que se marca a característica futura de personalidade, pois entrei lá com seis anos e saí, como sempre digo, para enfrentar o mundo.

Foi o Irmão Hilário, como o conhecia até então, um dos responsáveis por vários pequenos detalhes daquela vida de colégio: o primeiro detalhe é que ele era o responsável por fazer teste psicológico e profissional, e no meu teste o Irmão Hilário resolveu dizer que eu servia para qualquer coisa, o que era uma maneira de empurrar e, ao mesmo tempo, de deixar a gente em dúvida.

O Irmão Hilário era, também, o nosso professor de matemática da 5ª série, e embora eu odiasse Matemática, acabava me saindo bem e consegui somar, dividir, fazer álgebra e aquelas coisas todas; e ele, mais do que isso, era o homem encarregado de acompanhar os alunos, de conversar com os alunos, de ser uma espécie de confidente de alunos, no sentido de nos ajudar, sobretudo, depois na adolescência, nas dúvidas que tínhamos, de como encaminhar as questões dentro do colégio e também na vida.

O Colégio São João, Srs. Vereadores, como certamente deve ter sido todos os colégios para cada um de nós, no primário, no ginásio, era um colégio com uma marca toda especial, um colégio que eu podia dizer que tinha uma pedreira e sobre a pedreira um auditório e dentro do auditório tinha um teatro. E esse foi um mundo extremamente importante para mim.

O Ver. Lauro Hagemann deve lembrar, porque nesse auditório nós tínhamos programas de calouros, tínhamos encenações de teatro, mas sobretudo, nós pulávamos o muro e íamos parar na Sogipa, principalmente naquele tempo da Universíade. Era uma beleza irmos para o lado daquele auditório, porque pulávamos facilmente o muro e íamos parar na Sogipa. Mas naquele auditório e naquele espaço foi onde também aprendi, pela primeira vez a importância do teatro. Uma bela vez resolvi dramatizar a vida de São João Batista de La Salle, como afinal de contas na morte do santo todo mundo tinha que chorar, sem avisar os meus pobres atores eu toquei cebola na cabeça, na cara e nos olhos de todo mundo, a choradeira foi absolutamente convincente e o nosso Grupo teve um sucesso fenomenal, Ver. Pedro Américo Leal, em relação à encenação da vida do Santo.

Do Colégio São João vieram professores que me marcaram, por exemplo, o nosso professor da 2ª série, que era um rapaz extremamente jovem, talvez 19 anos de idade, ainda noviço e que para agüentar uma turma de 50, ou 60 guris horrorosos de 2ª série, ele só tinha uma saída, ele berrava em cima daqueles tablados que as salas do São João tinha, saltava em cima do tablado e dizia uma palavra que na época sumiu da memória, que era “putisgrila”. Mas muitos anos depois, quando eu fui escrever um pequeno livro infantil chamado Anjo Malaquias, que fala da colônia alemã, eu não sei por que, Ver. João Dib, a primeira palavra que saiu no papel da máquina de escrever era exatamente o tal de “putisgrila”, que eu levei tempo para lembrar de onde tinha saído isso. Até que uma professora do Espírito Santo me escreveu uma carta, emocionada, dizendo que o avô dela tinha a mania de dizer o tal do “putisgrila”, que é uma maneira de xingar, de quem não quer xingar. E eu fiquei lembrando, que esse Irmão, Professor da 2ª série, louco para xingar, mas não podendo xingar, lançou mão desse meio palavrão que era o tal do “putisgrila”.

Eu acho que de cada professor que nós tivemos na 1ª série, o Irmão Elói, na 2ª, 3ª, na 4ª, o Irmão João, professor de Francês, e dava para ir alinhando. O Irmão Benjamim, que era tarado por futebol, e não gostava de aluno que não era capaz de jogar futebol, e era o meu desastre, porque eu era um desastre no futebol. Havia os Irmãos ligados ao coral, como o Irmão Justino, os irmãos ligados à banda. E era bom a gente ter a banda do Colégio São João, porque as gurias do Santa Terezinha olhavam para a gente, era uma grande vantagem. Enfim, é toda uma história de emoções, de aprendizado de vida, de descoberta de relações e realmente nós temos a marca no Colégio São João, cujos professores, pelo menos daquela época, e imagino que continuem hoje, sempre acompanhando o aluno muito além da sala de aula. Havia, de fato, e o Ver. Elói Guimarães lembrava bem isso, o acompanhamento junto às famílias, pois os irmãos se tornavam parte das nossas famílias e, mais do que nunca, faziam parte da nossa comunidade, não por um acaso de geração em geração, a gente acabava retornando ao Colégio São João.

Eu acho que o professor Delvino vai lembrar, a minha irmã, a Carmem, que trabalha aqui comigo, acabou sendo aluna do Colégio São João e, ao longo de muito tempo, retornamos ao Colégio para acompanhar todo aquele trabalho que se desenvolvia. Sumiu o Santa Terezinha, cresceu o São João, e essa comunidade continua dando frutos em todo o 4º Distrito e, sobretudo, formando gerações inteiras de jovens, de rapazes e moças, para a vida. Eu queria aqui, de público, ao registrar essas memórias que são muito particulares minhas, mas, como o Ver. Elói relembrou, são as memórias de cada um, que compõe um todo, da história do Colégio São João, agradecer a todos que fizeram, que fazem e que farão do Colégio São João um lugar realmente de descoberta, de abertura de horizontes e, sobretudo, do encontro da gente com a gente mesmo.

Eu quero repetir e me permito personificar isso ao meu querido Irmão Hilário, que há muitos anos eu não via, o Professor Delvino Algeri, porque só o conhecíamos como Irmão Hilário e, como Irmão Hilário ele deixou uma marca indelével certamente em todos os que passaram por ele ao longo desses anos.

Sinto-me satisfeito em participar deste momento esperando que a nossa comunidade Lassalista, do Colégio São João, continue com toda a dinâmica possível, recebendo jovens, formando jovens e, portanto, fazendo gente para esta Cidade, para este Estado e para este País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, pelo tempo que lhe cede o Ver. Paulo Brum.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)Também vou citar alguns Professores presentes, do Colégio São João: Prof. Benedito Zorzi, Supervisor Pedagógico; Prof. Esmeraldo Pillou, Supervisor Pedagógico; Prof.ª Sônia Fialho, Orientadora Educacional; Prof.ª Maria Aparecida Trindade, Prof.ª Maria da Graça, Prof.ª de Ciências. O Maestro da banda, Manoel Luiz Motta Dias. O Diretor da Gráfica La Salle, Prof. Luiz Ricardo Bottcher. O Prof. Sérgio, Diretor do Colégio N. Sa. das Dores; o Sr. Nelson, Diretor Administrativo. Desculpem-me se não citei alguém.

Não estudei no Colégio São João, mas tenho uma afinidade muito grande com a família Lassalista, por isso, sempre que tenho oportunidade, digo que sou Lassalista. E para a comunidade do Colégio São João que está aqui presente, e, principalmente às crianças da 5ª série, é importante saber que, nesta Casa, sete Vereadores têm uma relação Lassallista, como os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Elói Guimarães, que são do Colégio São João. O Ver. João Dib estudou em Caxias; o Ver. Juarez Pinheiro também estudou numa escola Lassallista; o Ver. Cláudio Sebenelo estudou no Colégio das Dores. Trabalhei durante 19 anos numa escola Lassalista e tenho filho no Colégio das Dores. A Ver.ª Anamaria Negroni também tinha o seu filho no Colégio Na. Sra. das Dores; e o Ver. João Carlos Nedel estudou num Colégio Lassalista em Cerro Largo.

Há muitos Vereadores envolvidos com os Lassalistas. O grande mérito da obra de São João Batista de La Salle é haver, em qualquer parte do mundo, um Centro Lassalista cujo ensino é o espírito cristão. Amanhã, o Ver. João Dib estará propondo o Título Tereza Noronha, maior título destinado ao educador, ao Irmão Valério Menegatti, da Escola Pão dos Pobres. Durante muitos anos tive o Prof. Celso Dalbem como colega e meu diretor; o Irmão Delfino, que tanto o Ver. Antonio Hohlfeldt fez questão de citar que foi irmão Lassalista durante 30 anos no Colégio Anchieta, agora, há 5 anos, está no Colégio das Dores, é daquelas pessoas igual ao vinho, quanto mais velho, melhor,. Ele fez da sua vida o ensino, abraçou o ensino.

O Colégio São João é a grande escola da Zona Norte, essa escola que está junto à Igreja São João. Nos seus 70 anos de vida tem formado pessoas, não simplesmente por formar, mas formar cidadãos com a convicção, a responsabilidade, a seriedade e o compromisso social, que são os princípios evangélicos norteados por Cristo, e no qual São João Batista de La Salle fez todo o seu trabalho.

Mais uma vez parabenizamos os Irmãos Lassalistas por essa sua obra que tem se perpetuado ao longo deste século e pelos 70 anos da Colégio São João. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tínhamos escrito, no Período das Comunicações, o Ver. Clovis Ilgenfritz, que está sendo substituído pelo Ver. Cyro Martini, que também quer fazer a sua homenagem ao Colégio São João, pelos seus 70 anos de fundação.

O Ver. Cyro Martini está com a palavra.

 

O SR. CYRO MARTINI: (Saúda os componentes da Mesa). Apraz-me, indubitavelmente, assomar a esta tribuna para prestar a homenagem do nosso Partido a essa escola e à congregação que ela representa. Não apenas aqueles que tiveram a honra e a satisfação de freqüentar os bancos escolares dos Lassalistas aprenderam a respeitar e a apreciar os seus estabelecimentos de ensino, a sua maneira de conduzir as questões da educação, mas também aqueles que, conquanto não tenham sido alunos Lassalistas, conhecem a escola e sua orientação religiosa, aprenderam a respeitá-la.

Nós, oriundos do Grupo Escolar Apeles Porto Alegre, na Av. Bento Gonçalves, aprendemos a apreciar de perto o Colégio Santo Antonio, que é Lassalista, um dos primeiros empreendimentos educacionais da orientação Lassalista em Porto Alegre e no Estado. Oriundo do Colégio das Dores, sei que toda a filosofia e a metodologia que orienta o trabalho Lassalista devemos apreciar e enaltecer porque, se há trabalho assaz difícil, é o de educar. Nós podemos até concordar que instruir, ensinar, talvez não seja tanto, mas a educação é mister difícil.

Quando nós falamos em trânsito, em violência, nas diversas situações da vida, nós não falamos em educação neste ou naquele sentido, mas nós estamos falando em educação como um todo. E, para isso, é importante, Sr. Presidente e Srs. Professores, que nós tenhamos na base, por trás, informando e iluminando todo o trabalho, uma orientação segura. E esta orientação, como nós já ouvimos, aqui, antes, na homenagem aos palestinos, que traz do Evangelho o ensinamento necessário para nutrir de valores consentâneos com os propósitos da educação, nós temos que enaltecer o trabalho dos Lassalistas.

Não apenas dessa congregação, mas de todas aquelas que se abalaram da Europa para cá, no final do século passado, no início deste século, os Maristas, os Lassalistas, as ordens religiosas e tantos outros mais que vieram trazer não apenas a luz e o ensinamento cristão, mas a formação necessária para dar força ao caráter brasileiro, arma e instrumento para a ciência, a arte e o trabalho nacional. Pois, homenagens como esta, Sr. Presidente e Srs. Professores, são homenagens justas, porque a educação, nutrida dos valores que estão de acordo com os propósitos formadores da personalidade do caráter, tem que ser enaltecida, tem que ser destacada. O nosso abraço, a nossa homenagem aos Lassalistas pelo aniversário de 70 Anos do Colégio São João. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, distinta assistência, chegamos agora ao momento especial desta homenagem ao Colégio São João, quando o seu Diretor, Professor Celso Armando Dalben, falará em nome do Colégio São João.

 

O SR. CELSO ARMANDO DALBEN: Ex.mo Sr. Vereador Juarez Pinheiro, Secretário desta Casa e representando o Presidente Luiz Braz, Ex.mo Sr. Ver. Elói Guimarães, proponente desta homenagem a nossa escola, Excelentíssimos Srs. Vereadores que compõem esta Casa, Reverendíssimo Irmão Ivo Bertilo Ames, representando o Provincial Irmão Jardelino Menegat, Ilustríssimos Srs. Diretores de instituições convidadas, Professor Sérgio, representando as escolas Lassalistas, Diretor do Colégio Nossa Senhora das Dores; Ilustríssimo Ilo Ville Coutinho, Presidente da Associação de Pais e Mestres; Professora Solange Batista da Silva, Presidenta do Centro de Professores e Funcionários do Colégio São João, prezados professores, coordenadores, supervisores, funcionários e queridos ex-irmãos, meus professores, Irmão Constantino, Professor Arlindo Heinen, de quem fui aluno durante quatro anos, e Professor Delvino Algeri, que no meu tempo era conhecido por Irmão Hilário, senhores e senhoras.

Para o Colégio São João, o dia de hoje, 30 de novembro de 1998, reveste-se de um significado ímpar na caminhada que estamos construindo no campo da educação de jovens e adolescentes. Estamos incluindo nos Anais desta Casa, que vai ficar na história, um momento sumamente importante, quando somos homenageados pelo transcurso dos 70 anos de fundação, sempre voltados para o ensino, educando gerações seguindo a pedagogia de São João Batista de La Salle.

Senhor Presidente desta Casa, toda comunidade educativa do Colégio São João, queremos agradecer, por esta homenagem, em especial, ao Ver. Elói Guimarães, autor da proposição desta homenagem, também do Ver. Antonio Hohlfeldt, ex-alunos do Col. São João. Com muita satisfação, vejo irmãos e professores que atuaram no Colégio São João, onde, com muito orgulho, estudei durante quatro anos, no antigo curso ginasial. Aqui, encontram-se presentes irmãos, professores, funcionários, pais e alunos que colaboraram, com sua luta diária, na construção da história de nossa escola. Estamos todos agradecidos por este ato marcante. O Colégio São João, cada vez mais enaltecido, deve-se, sobremaneira, aos esforços dos Irmãos e Professores.

Queremos ressaltar os pioneiros Irmãos Diretores que estiveram no comando dessa exemplar instituição Lassalista: Ir. Arnaldo Isidoro, Ir. Ivan, Ir. Valério, Ir. Albano, Ir. Eugênio Fossá, Ir. Pedro Ruedell, Ir. Arnaldo Hillebrandt, Ir. Marcos Corbelini, e tantos outros. Os pais, aqui representados pelo Sr. Presidente, Sr. Ilo Coutinho, juntamente com outros ex-presidentes da APAMECOJA, agradecem esta especial deferência prestada ao Colégio São João.

Quando se comemora tão significativa efeméride, cabe ressaltar momentos marcantes dessa obra que integra o conjunto de instituições da Província Lassalista de Porto Alegre. Para ilustrar este discurso, eis um breve histórico da escola aniversariante. Com a permissão dos presentes, vou ler a ata de fundação da Escola Paroquial São João, por ocasião da colocação da pedra fundamental, no dia 15 de janeiro de 1928. (Lê.)

“Aos quinze dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e vinte e oito, presidindo os destinos da Igreja de Deus, Sua Santidade o Papa Pio XI; sendo representante da S. Sé nesta República dos Estados Unidos do Brasil, Mons. Benedito Aloisio Massela, Arcebispo titular de Cesaréa de Mauritânia; Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, D. João Becker, assistente ao Sólio Pontifício e Conde Romano; Presidente da República o Dr. Washington Luiz Pereira de Souza; Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Antônio Augusto Borges de Medeiros; Presidente eleito do mesmo estado, Dr. Getúlio Vargas; Intendente Municipal Dr. Octávio Francisco da Rocha; Vigário da Paróquia de São João o Padre Cleto Benvegnu; sendo paraninfos a Ex.ma Sr.ª Dona Docelina Guedes Monteiro, e Ex.ma Sr.ª Dona Marieta Tavares de Souza, o Sr. Nelson Monteiro e o Sr. Abílio Chaves de Souza. Foi colocada à Rua Ipiranga a pedra fundamental do Colégio Paroquial São João. Depois de benta, solenemente, pelo Vigário da paróquia na forma do Ritual Romano, em cuja cavidade se depositou esta Ata, juntamente com jornais do dia e moedas do País de diversos valores, encerrados numa caixa de zinco convenientemente fechada. Fez o discurso oficial o talentoso Dr. Salomão Pires de Abrahão. O colégio destinado para meninos será dirigido pelos Irmãos das Escolas Cristãs, bem conhecidos nesta Capital como ótimos educadores da mocidade. Queira o glorioso São João Baptista, orago da Paróquia e padroeiro do Colégio, abençoar esta obra. Para constar a todo o tempo, foi lavrada esta Ata e assinada pelas pessoas presentes.

Porto Alegre, 15 de janeiro de 1928. Padre Cleto Benvegnu, Vigário.”

O Colégio São João foi fundado no dia 1º de março de 1928, pelo Pe. Cleto Benvegnu, vigário da Paróquia São João, como uma Escola Paroquial, encerrando o ano com uma matrícula de cento e quarenta e quatro alunos. Desde a sua fundação, o Colégio São João foi sempre atendido pelos irmãos Lassalistas, inicialmente, pelo Irmão Franz, Irmão Francisco, seu primeiro diretor e professor, e o Irmão Ricardieu.

Em 1933, foi contratado o primeiro professor leigo, um ex-aluno, Francisco Archimedes Bandeira Santos; em 1934, outro leigo, César Marin; em 1937, Miguel Casella; em 1949, outros, como Aleixo Rubin, Jacob Kist e Aldo Vinholes Guimarães.

Com o passar dos anos, viu-se a necessidade de criar um ginásio no próprio bairro. Após ingentes esforços de uma comissão paroquial, tendo à frente o zeloso vigário Cônego Davi Rossa, o MEC autorizou, em 03 de setembro de 1948, o funcionamento condicional do Ginásio São João Batista. Em 15 de novembro de 1949, foi lançada a pedra fundamental do novo Ginásio, a partir de 1º de setembro de 1951, a direção e a administração do Ginásio foram confiadas aos Irmãos Lassalistas. O ano encerrou com uma matrícula de 675 alunos dos cursos primário e ginasial. Em 23 de fevereiro de 1953, instalou-se a Comunidade Religiosa dos Irmãos, passando a residir na atual escola.

Até então, o São João era considerado “quartier” do Colégio N. Sra. das Dores, donde vinham os Irmãos diariamente trabalhar, utilizando-se dos antigos bondes da Carris, os ônibus Floresta e Passo da Mangueira. Com o passar do tempo, os novos mentores do ginásio deram início à construção de amplo edifício, inaugurado em 1955. Com a inauguração dessa ala, em 1962, tornou-se o Ginásio São João um dos melhores do gênero em Porto Alegre. A partir de 1964, o então Ginásio São João Batista, passou a se chamar Colégio São João, com a instalação do Curso Científico. Em 1970, houve a fusão do Colégio São João com o Ginásio Santa Teresinha, das Irmãs Franciscanas, tornando-se uma escola mista, uma vez que o São João ministrava aulas para os meninos e o Santa Teresinha, para as meninas.

Hoje com 1317 alunos, o Colégio São João ocupa um lugar de destaque entre as grandes instituições educacionais do Rio Grande do Sul. O Colégio São João possui uma banda marcial, criada em 1960, orgulho de nosso Estado, destacando-se sobremaneira em todos os concursos de que participa. Hoje temos aqui a presença de seu Maestro há mais de 20 anos, Maestro Motta, aqui presente, a quem agradecemos o seu trabalho. Atualmente, o São João oferece educação infantil, maternal, pré-escola, ensino fundamental e ensino médio. Além da educação formal, o São João oferece atividades extraclasse, destacando-se o esporte e banda marcial. O São João assumiu, decididamente, a liderança no que diz respeito à educação integral da juventude, oferecendo uma educação humano-cristã, promovendo um ensino de qualidade, envolvendo todos os elementos num processo de adesão aos princípios inspiradores da filosofia de La Salle proporcionando formação integral e orientado os alunos na sua realização como pessoas conscientes, integradas, responsavelmente livres, participantes, iluminados pela fé.

O Colégio São João pauta o seu trabalho, envolvendo toda a comunidade educativa, para atingir os objetivos da Província Lassalista que nos direciona a “viver com fidelidade criativa nossa vocação de Lassalistas no mundo de hoje, constituindo-nos em Comunidades Religiosas, Educativas renovadas, formando-nos integralmente e organizando-nos dinamicamente, para construirmos, através da missão educativa, o Reino de Deus.”

Encerrando este pronunciamento, com imensa satisfação, dirijo-me a todos os presentes que aqui vieram para celebrar conosco esse momento histórico para nossa Escola, quando recebemos da Câmara Municipal de Porto Alegre as homenagens pelos 70 anos do Colégio São João. E, em especial, ao seu ex-aluno, Ver. Elói Guimarães, que propôs esta marcante e significativa Sessão.

 Agradeço a presença de todos os convidados e, em especial, dos que trabalharam em nossa Escola, dando sua parcela para formar gerações de jovens cidadãos que, hoje, despontam no cenário da Cidade, do Estado e deste imenso País, como profissionais e como construtores de uma sociedade justa e solidária. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, distinta assistência, esta Casa que, no ano passado, comemorou os 90 anos da missão dos Lassalistas do Brasil; esta Casa que, além dos Vereadores já nominados tem, também, o Ver. Hélio Corbellini como ex-aluno Lassalista e que tem, praticamente, um terço de seus integrantes oriundos de escolas Lassalistas, mostrando quão profícuo foram os ensinamentos recebidos-, todos os Vereadores se sentem extremamente honrados de homenagear, na data de hoje, os 70 anos de uma Instituição de Ensino tão importante para esta Cidade. É muito difícil que algum aluno, oriundo das escolas Lassalistas, venha esquecer, caro Diretor, do tablado que ficava abaixo do quadro negro - Irmão Norberto -, dos jogos, dos torneios de futebol que o Senhor realizava com tamanho êxito, junto com o Irmão Teodoro, com o Irmão Lúcio, com o Irmão Hilário. É muito difícil esquecermos das missas da primeira sexta-feira do mês; é muito difícil a gente esquecer a instituição do Irmão Prefeito, e hoje esteve entre nós o Irmão Jacob Parmegiani, conhecido antes como Irmão Benildo, que face a sua idade um pouco avançada precisou retirar-se; é muito difícil esquecermos das bandas marciais, onde participávamos. Para os alunos, para os ex-alunos, hoje Vereadores, realmente esta Sessão de homenagem ao Colégio São João foi um momento de volta ao passado, de lembrar os ensinamentos recebidos e se renovar para as tarefas que o futuro nos reserva.

Encerramos esta homenagem, agradecendo pelas presenças do Diretor da Escola, dos ex-professores, dos ex-alunos, dos representantes dos funcionários e dizer, mais uma vez, que esta Casa sentiu-se extremamente honrada ao prestar esta homenagem ao Colégio São João.

Suspendemos os trabalhos por um minuto, para que os Srs. Vereadores possam se despedir dos homenageados. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h40min.)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - às 16h42min): Estão reabertos os trabalhos. Nós estamos, hoje, no último dia possível para se votar o Orçamento para 1999.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, em nome da Bancada do PT, nós gostaríamos de inverter a ordem dos trabalhos, passando, de imediato, à Ordem do Dia, para votação dos projetos do Orçamento do Município e das autarquias.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há poucos minutos eu dizia, ao Ver. Hélio Corbellini, que achava que essas situações paradoxais que nós temos colocado com freqüência na Casa não podem persistir. Agora, por exemplo, pretende-se que não seja cumprida a Pauta, que ela seja jogada para a próxima quarta-feira, sob o argumento fortíssimo de que nós temos que complementar a votação do Projeto da Lei Orçamentária, que possui várias emendas que têm de ser votadas, e temos que votar ainda o Orçamento do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, da PROCEMPA, da Câmara de Vereadores, e todas as leis orçamentárias.

É evidente que todos estão sabendo que hoje, dia 30 de novembro, é um dia excepcional, pois é o dia-limite para votação das leis orçamentárias. Mas, mesmo neste dia-limite, às 16h45min, nós ainda não votamos nada, porque foi feita hoje aqui uma série de homenagens - muito justas, algumas formais, outras informais - e mais uma vez se incorreu num erro que eu tenho criticado desde o primeiro dia da Legislatura, e já o fazia na Legislatura anterior, que é utilizarmos o Grande Expediente e o período de Comunicações para fazer homenagens que caberiam perfeitamente numa Sessão Especial, convocada com essa finalidade, conforme preceitua o Regimento. Mas não se faz, e se insiste em fazer as coisas diferentes.

Agora, Ver.ª Anamaria Negroni, eu fico na seguinte situação: estou aqui desde às 13h45min querendo falar na Pauta; inscrevi-me na Pauta e aguardei, pacientemente, que ocorresse tudo isso.

O Ver. Renato Guimarães não deixa de ter a sua razão, quando, evidentemente, até interpretando um pensamento que é da Casa, busca agilizar, às 16h45min, os trabalhos que eu quis implementar às 13h45min.

Eu acredito, sinceramente, Ver. Paulo Brum, que serei, mais uma vez, voto derrotado. Eu vou votar contra essa inversão, porque eu quero discutir assuntos que estão na Pauta e acho que o dia de hoje era oportuno. Se pudesse ter feito isso às 14h30min ou às 15h seria ótimo, mas não pude fazer, porque ocorreram, mais uma vez, esses equívocos que estou cansado de alertar a Casa nesse sentido.

Eu desconheço que alguém possa apontar que, em determinada ocasião, eu tenha sido incoerente nesse particular. Nunca solicitei Grande Expediente, nem Comunicações para fazer o que eu chamo de desvirtuamento do sentido correto que são esses espaços dentro da Casa.

Então, agora, vamos para o voto, e eu antecipo: voto contra, para, muito provavelmente, Ver. Fernando Záchia, ser derrotado. Não é só para marcar posição, mas tenho a esperança de que, um dia, o que eu chamo de bom senso, possa retornar a Casa, e que saibamos que no dia 30 de novembro a sabedoria, a tradição e, sobretudo, a conveniência do andamento dos trabalhos não deveria possibilitar que se marcassem Tribuna Popular, homenagens, comparecimentos, nem se comprometesse três horas de Sessão para fazer tudo, menos aquilo que, agora, se quer fazer desesperadamente, isto é, dar seqüência à Ordem do Dia, amplamente atrasada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto contra do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Esclarecimento): Sr. Presidente, a decisão agora votada significa que a Pauta não correu, que ficou para o final?

 

O SR. PRESIDENTE: A Pauta não correu. Houve uma inversão e a Pauta ficou para o final.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 2888/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/98, que estima a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de 1999. Com Anexos I e II. Com Emendas nºs 01 a 14, Subemenda nº 01 à Emenda nº 07 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 12.

 

Pareceres:

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e pela rejeição das Emendas nºs 01 a 11 e 14; Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação da Emenda nº 12; Relator Ver. João Dib: pela aprovação da Emenda nº 13; Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação da Subemenda nº 01 à Emenda nº 07 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 12.

 

Observações:

- o Projeto foi votado em 25.11.98;

- as Emendas nºs 01 a 05 foram votadas em 27.11.98;

- quórum para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, caput, c/c Art. 82, “caput”, da LOM. 

 

O SR. PRESIDENTE: Em Continuação a votação das Emendas ao PLE 035/98. Em votação a Emenda nº 06.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nós voltamos a uma discussão que se instalou desde o início da votação das Emendas do Orçamento. Obstinadamente, o Ver. João Carlos Nedel busca demarcar com clareza a realização de algumas obras do Município que são, há mais tempo, clamadas pela população e que não têm tido resposta objetiva por parte do Executivo Municipal.

No caso concreto, agora, da Rua “E”, quer-se apartar 90 mil reais para que se faça uma obra que é, inclusive, prioridade absoluta até mesmo no fórum do Orçamento Participativo. Acredito que, pelo menos desta vez, vai haver a sensibilidade geral de se aprovar essa Emenda do Ver. João Nedel que, humildemente, vem aqui no Plenário, na instância legislativa da Cidade, propugnar, no fundo, exatamente o cumprimento das decisões do fórum do Orçamento Participativo, que é decantado como sendo a solução de todos os problemas da Cidade de Porto Alegre.

Então, aqui não se discute mais, Ver. Pedro Américo Leal, se é ou não prerrogativa da Casa dizer das prioridades. A Restinga, em sua região administrativa, colocou essa obra como sendo a sua primeira prioridade, na qual estamos convalescendo. Agora, neste instante, não aprovar esta Emenda é algo que não vou conseguir explicar para quem quer que seja, porque não se trata mais daquela nossa luta titânica de preservar a nossa capacidade de influenciar no Orçamento da Cidade, que nos é sistematicamente negada. Agora é mais simples ainda, já que não conseguimos desvendar essa caixa preta do Orçamento Participativo, já que votamos aqui “às cegas”, aprovamos um Orçamento dizendo que vamos fazer as coisas sem saber onde, nem como, nem quando; estamo-nos socorrendo, seguindo até o conselho do Partido dos Trabalhadores, do próprio Orçamento Participativo.

O que vem acontecendo é que, com muita freqüência, nem mesmo a demanda do Orçamento Participativo é cumprida aqui na Cidade.

Agora nós temos como demanda primeira do Orçamento Participativo da região da Restinga a realização dessa obra. Com R$ 90.000,00 se faz isso.

O Ver. João Carlos Nedel, com a sua sensibilidade, com a sua competência, com o seu espírito público, fez a Emenda. Nós vamos acompanhá-lo, e eu vou rogar a Deus, aos céus e aos homens que eles também votem a favor dessa reivindicação popular.

Eu sei que a Ver.ª Clênia Maranhão, eu sei que a Ver.ª Sônia Santos, eu sei que a Ver.ª Tereza Franco assim irão fazer. Então, tem-se que falar com os homens, com os homens que sustentam o Governo aqui na Casa e que teimam em não nos dar nem esse espaço na vida pública do Município. É uma oportunidade absolutamente ímpar, porque, se é verdade, Ver.ª Tereza Franco, que nós estamos diminuídos na nossa capacidade de, legitimamente, representar os nossos eleitores, agora - é o que nos faculta essa emenda do Ver. Nedel -, além da representação dos nossos eleitores, nós temos o socorro bendito do fórum do Orçamento Participativo, que, como nós, entende prioritária essa obra, que, certamente, toda a Casa irá consagrar. Afinal de contas, é o próprio Orçamento Participativo que prioriza a realização dessa obra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. Renato Guimarães, a Emenda nº 6 ao PLE nº 035/98. (Após a chamada.) REJEITADA por 14 votos SIM; 16 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Em votação a Emenda nº 07 ao PLE nº 035/98, que possui a Subemenda nº 01.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Emenda não saiu da minha cabeça, eu a coloquei no Processo, atendendo a um pedido do grupo que trabalhou aqui, com brilhantismo, fazendo a “Semana da Consciência Negra” do ano de 1998. Solicitaram-nos que colocássemos uma Emenda no Processo para que aumentássemos a dotação dessa Semana a fim de que no ano que vem fosse possível fazer mais eventos. A intenção do pessoal que cuida da área da “Semana da Consciência Negra” é fazer com que os eventos possam espalhar-se por outros meses, que não apenas o mês de novembro. Aceitamos o pedido, apresentamos e assinamos a Emenda, mas sei que houve alguma dificuldade de alguns Vereadores em votar a Emenda tal qual estava apresentada. Foi apresentada uma subemenda, que eleva os valores de 7 mil reais deste ano, para 14 mil reais para o ano que vem.

Acredito que essa Emenda contempla aquele desejo dos organizadores da Semana da Consciência Negra, para que nós possamos ter um maior número de eventos. E, ao mesmo tempo, faz com que tenhamos uma possibilidade de gerir melhor o Orçamento da Câmara Municipal, que estamos aprovando para o ano que vem. Nós teremos alguns tipos de problemas, eu acredito que dentro do Orçamento teremos uma Emenda que tramita atualmente no Congresso Nacional, para limitar ainda mais o Orçamento das Câmaras Municipais com população acima de um milhão de habitantes, caso aqui da nossa Capital.

Eu acredito que esse cuidado faz com que estejamos acompanhando aquela preocupação que existe atualmente em Brasília, e que no ano que vem possamos estar colaborando para que haja um melhor brilhantismo desse evento na Semana da Consciência Negra, mas resguardando alguns interesses da Câmara Municipal. Solicitamos aos Srs. Vereadores que aprovem a Emenda, e que aprovem logo a seguir a Subemenda, porque acredito que dessa forma estaremos colaborando, contribuindo para o processo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Esclarecimento): V. Ex.ª encaminhou também favorável à Subemenda?

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encaminhei favorável à Emenda e à Subemenda. Para que se vote a Subemenda é necessário que seja aprovada a Emenda.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Mas a Subemenda reduz também a dotação orçamentária?

 

O SR. PRESIDENTE: A Subemenda nº 01 também eleva a dotação orçamentária. Acontece que a dotação orçamentaria para este ano é de 7 mil reais. Nós havíamos colocado essa dotação orçamentária em 19 mil reais. Houve um consenso de que se poderia elevar para 14 mil, o que dobraria essa dotação que foi feita este ano. Estamos concordando com essa Subemenda, até porque eu acho que temos que ter cuidados.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: É um aumento de cem por cento.

 

O SR. PRESIDENTE: São algumas preocupações com relação ao Orçamento da Câmara para o ano que vem.

Em votação a Emenda nº 7 ao PLE nº 035/98. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.          

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 7 ao PLE nº 035/98. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 8 ao PLE nº 035/98. (Pausa.) O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, a Emenda nº 8, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, pede que nós repassemos para a APAE, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a importância anual  de 100 mil reais e seja retirada de subvenções sociais. É importante destacarmos que a própria justificativa do Ver. Antonio Hohlfeldt, muito bem embasada, diz que a APAE estabelece com objetivo o atendimento em todos os campos ao excepcional, incluída a educação especial e o treinamento adequado de profissionais para que possibilitem aos portadores de deficiência mental a garantia de sua inclusão social.

Queremos destacar que os direitos constitucionais garantem, a todos os portadores de deficiências, o direito à plena educação, à plena inclusão social. Defendemos o que determina a Lei Orgânica Municipal: 12% dos recursos da Secretaria Municipal de Educação sejam destinados para a Educação Especial. Isso quer dizer que 15  milhões de reais anuais deveriam ser destinados à Educação Especial. Até agora não conseguimos dados verdadeiros que nos garantam que realmente esse dispositivo constitucional está sendo respeitado pelo nosso Executivo. A Prefeitura Municipal tem apenas quatro escolas destinadas à Educação Especial. Sabemos que grande parte da educação e do atendimento às crianças carentes do Município de Porto Alegre - crianças com lesões cerebrais, com deficiências mentais - está sendo prestada pela Associação de Pais e Amigos de Porto Alegre, instituição benemérita, que não visa lucro, mas que visa apenas o atendimento, a inclusão dessas crianças no convívio social.

Por isso, defendemos que esta Câmara demonstre o verdadeiro espírito, que é buscar essas questões relativas às pessoas portadoras de deficiências, que sejam respeitados os direitos desses cidadãos. Rogamos aos Senhores Vereadores que aprovemos essa Emenda para que possibilite à Associação de Pais e Amigos de Porto Alegre – APAE,  ter recursos mais adequados para o pleno atendimento das nossas crianças deficientes de Porto Alegre. Peço a todos que reflitam sobre este nosso encaminhamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essa Emenda ao Orçamento propõe uma dotação de 100 mil reais para a APAE de Porto Alegre. Em nome do PSB, gostaríamos de informar que no Município vizinho de Porto Alegre, em Esteio, a Prefeitura do PSB destina 15 mil reais/mês para a APAE. Estes 15 mil reais correspondem a um valor de 180 mil reais/ano para essa instituição. E todos conhecem muito bem o trabalho da APAE, um trabalho despojado, um trabalho que não tem dia, não tem horário, e altamente meritório, porque só quem nunca viu uma instituição da APAE não pode ficar sensibilizado. É claro que o Executivo tem suas dificuldades em votar a favor porque sempre baseia-se na teoria de que dar para uma instituição tem que dar para outra. Volto a insistir: este tema não tem ideologia, não tem partido, a APAE está acima de todas as instituições.

Portanto, encaminhamos favoravelmente aos 100 mil reais para a APAE de Porto Alegre porque, volto a insistir, no Município vizinho, governado pelo PSB, em Esteio, a APAE recebe 15 mil reais/mês, totalizando 180 mil reais/ano, num município bem pequeno em relação ao Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar como autor da Emenda.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Carlos Alberto Garcia, de uma certa maneira, já colocou a questão central desta Emenda. A Emenda que tem um valor de 199 mil reais está vinculada à rubrica geral da Educação Especial, que está vinculada à Secretaria de Educação. Em relação aos quatro milhões, quase 5 milhões que a Secretaria tem, então, 100 mil reais é um valor extremamente pequeno dentro do Orçamento-Geral da Secretaria que vai, evidentemente, dirigir este valor e distribuir para uma série de instituições. Ao mesmo tempo, é um valor extremamente importante e decisivo para a entidade que auxilia os excepcionais da Cidade de Porto Alegre. Uma entidade que conta com pessoas voluntárias que dedicam o seu tempo, o seu esforço, a sua emoção, às vezes, inclusive, com sacrifício da sua vida pessoal e familiar, para colaborar com pessoas, com cidadãos que enfrentam problemas de deficiências, de incapacidade, mas que não os anulam como cidadãos e não lhes retiram a condição humana.

É, neste sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inclusive Vereadores da situação, da bancada governamental, que faço um apelo: que se esqueça que se ultrapasse o fato de ser esta, eventualmente, uma Emenda assinada por um Vereador de oposição, mas que se busque o mérito, se mérito houver, do destino desta Emenda, de auxiliar, de participar, efetivamente, de um trabalho como entidade, cujo mérito me parece que é indiscutível, e cujo auxílio não é um auxílio a pessoas aposentadas, que poderiam estar na sua casa, gozando da sua vida particular, mais do que meritoriamente. São, porém, pessoas que se dispõe tirar o seu tempo particular, o seu tempo pessoal e vir apoiar esta votação e auxiliar esses meninos, essas meninas, esses adultos, que não têm condições de defender os seus próprios interesses, porque não têm esta competência, esta capacidade.

Parece-me que é uma Emenda, como bem disse o Ver. Carlos Garcia, que está fora de política partidária. É uma Emenda que busca apenas iniciar uma relação, que eu diria de respeito, desta Casa, da Cidade como um todo para auxiliar àqueles que necessitam de um olhar, e, sobretudo, da compreensão.  Destes que, às vezes, na maioria dos casos, não têm voz e nem como se apresentar e que dependem exclusivamente da nossa compreensão. Foi neste sentido que, procurado pelos companheiros da APAE, não titubeei em fazer a apresentação desta Emenda. Digo mais, se eventualmente a autoria da Emenda pode ser o óbice para a sua aprovação, abro mão, sem nenhum problema, da assinatura da autoria e a repasso para quem quiser assumi-la e para quem tenha maior competência do que eu para garantir aqui os votos necessários para a sua aprovação.

No entanto, parece fundamental podermos auxiliar, a partir desta Emenda, uma entidade que tem um trabalho absolutamente benemérito e respeitável em relação aos deficientes e às pessoas que não têm como se defender. Aqui, portanto, o meu apelo respeitoso, no sentido de que possamos efetivamente garantir a aprovação desta Emenda e incluir no Orçamento um mínimo de auxílio, mas que seja o suficiente para fazer com que a APAE possa manter suas atividades, atendendo no dia-a-dia jovens que necessitam desta entidade, cuja história é respeitável no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Antonio Hohlfeldt não precisa ter qualquer preocupação com o comportamento do meu partido, Partido dos Trabalhadores e do Governo da Frente Popular de Raul Pont, que não pauta sua intervenção porque assina ou deixa de assinar uma emenda. Pautamos a nossa intervenção pelos interesses da Cidade de Porto Alegre, pelas necessidades do povo de Porto Alegre, sejam as crianças, sejam os idosos ou sejam os deficientes.

 Nós estamos nos colocando contra esta Emenda porque, porém, em primeiro lugar, ela não indica os recursos necessários e o art. 121 da nossa Lei Orgânica Municipal diz que os recursos devem ser indicados. Portanto, a Emenda altera os valores, dentro da natureza da despesa e não da atividade. Logo, se temos o montante  de 4 milhões, 905 mil e 200 reais para subvenções sociais, esses recursos estão distribuídos em vários programas entre eles as creches comunitárias, movimento de alfabetização de adulto, transferências para Conselhos Escolares, ensino fundamental, educação especial, etc. Quero lembrar que destinamos mais de 100 mil reais para a APAE. Quero salientar que a Prefeitura está repassando, em 1998, o valor de 144 mil e 470 reais, sendo que 121 mil e 740 reais, através do Fundo Municipal de Assistência Social e 22 mil e 729  reais pelo Fundo Municipal da Criança e do Adolescente.

Como todos os Vereadores recebem, tenho certeza que leram o Jornal do Comércio do dia 24 de novembro, na página 26, há uma chamada: “Educação Especial Ganha Novas Vagas”. Três escolas de Educação Especial, mantidas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, estão oferecendo vagas para novos alunos com deficiências físicas e mentais, etc. Além disso, temos convênios com variadas instituições.

Repassamos para outras entidades que oferecem vagas para alunos portadores de deficiências, por exemplo: CEREPAL - Centro de Reabilitação de Porto Alegre; para FADERGS; para Instituto Frei Pacífico. Estamos fazendo uma série de investimentos em Educação Especial, por exemplo, em 1997: ampliação da Escola Municipal Especial Elyseu Paglioli, no valor de R$ 120 mil reais;  reforma e ampliação da Escola Municipal Especial Lucena Borges, no valor de 82 mil, 736 reais e 36 centavos;  reforma e ampliação da Escola Municipal Lygia M. Averbuck, no total de  33 mil 333 reais e 33 centavos;  ampliação da Escola Municipal Especial Tristão Sucupira Viana, no valor de 127 mil e 526 reais; Cooperativa Crescer - Construção, está em licitação, para este ano ainda, no valor de 160 mil reais e, ainda, a adaptação de sete salas para Sala de Integração e Recursos na Escolas Lidovino Fanton, Jean Piaget, José Mariano Beck, Monte Cristo, Saint’Hilaire, Aramy Silva e Presidente Vargas. Todos neste ano no valor de 35 mil reais. Adaptações dos espaços escolares para projetos culturais nas Escolas Tristão e Luciana Borges através do Orçamento Participativo no valor de 29 mil reais e, mais, 26 mil reais.

Enfim, poderia fazer aqui outras tantas citações de gastos que estamos fazendo em educação especial. Convênio com outras entidades, inclusive, esse valor de mais de 144 mil reais para a APAE.

Estou, portanto, mostrando que nós temos um investimento e temos compromisso que foram colocados no orçamento. O Vereador fez uma mudança, fez uma emenda não indicando de onde virá o recurso. Os outros recursos, no caso, de onde o Vereador tenta tirar estão comprometidos com projetos educacionais e sociais de nossa Cidade.

Nós continuaremos trabalhando em defesa da educação especial. Estaremos colaborando, contribuindo com as APAEs e todas as entidades que cuidam das pessoas que mais precisam de nós, que são os portadores de deficiência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na verdade não entendi o encaminhamento do Vereador Adeli. Ele encerrou, dizendo que as pessoas que mais precisam de nós são os excepcionais e ele propõe que esta Casa derrote a proposta do Ver. Antonio Hohlfeldt, que coloca uma verba, a mais,  no valor de 100 mil reais para as APAEs. Realmente, não deu para entender muito bem o que ele disse. Ele explica que a Prefeitura já contribui com 144 mil reais para as APAEs, mas não explica qual a contrapartida que a Prefeitura exige das APAEs. Muitas vezes a exigência é superior a verba que lá colocam.

Está difícil de entender por que ele especificou obras aqui, nós podemos concluir que a Administração Popular quer substituir a APAE no trabalho que ela faz, porque dá entender que quer assumir toda a área do excepcional e que estaria praticamente dispensando a atuação da APAE. Realmente, é controvertida a posição do Executivo nesta Emenda. Todos nós sabemos o imenso trabalho que presta à sociedade as APAEs. Esta Câmara deve ser responsável para acompanhar esse trabalho, para apoiá-lo e incentivá-lo. Seria uma imensa injustiça em face do tremendo esforço que as APAEs fazem em prol do bem-estar dessas pessoas excepcionais e do bem-estar da saúde dessas pessoas, por isso a aprovação da Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt é necessário e fundamental para a continuação do excelente trabalho que as APAEs prestam à sociedade porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu não pretendia retornar ao encaminhamento desta questão, até porque o meu interesse é conseguir votar esta Emenda e aprová-la, não por mim, repito uma vez mais, mas pela Entidade beneficiada. Não posso calar diante das duas colocações trazidas aqui pelo representante do PT. O Ver. Adeli Sell diz que está incorreta, do ponto de vista formal, a rubrica escolhida por nós. Eu a fiz estritamente de acordo com a orientação da Assessoria da Casa, eu tenho o Órgão Geral, Secretaria Municipal de Cultura, Código 1.500, tenho a rubrica 3.2.3.0.00, transferências a instituições privadas. Eu tenho a sub-rubrica 3.23100, subvenções sociais e, por fim, a rubrica específica da APAE, 100 mil. Está absolutamente correto, dentro da Secretaria, nas subvenções sociais, a APAE. Em que programa vai entrar? Essa é uma decisão do Executivo. Se eu dissesse que tinha que ser colocado em tal ou qual programa, aí, sim, eu estaria usurpando de uma competência que é exclusiva do Executivo. Agora, é na figura da subvenção social, e essa é a questão principal, está bem definido aqui.

Por outro lado, o Ver. Adeli Sell diz que a Prefeitura já colabora com outras entidades. Eu não tenho a menor discussão em relação a isso. Todos nós sabemos que a Prefeitura colabora com outras entidades. E deve colaborar, e acho bom que colabore. O que eu não entendo, a não ser que seja porque é Emenda de Vereador de oposição, Líder do PSDB, que a Bancada do PT apóie uma Emenda, por exemplo, do Ver. Nereu D’Ávila, para a UAMPA que, aliás, tem também o meu apoio, ou apóie Emenda de outros Vereadores, como exemplo, a Consciência Negra, que faz a mesma coisa; faz um recorte e determina alguns valores, dirigindo, especificamente, e não aceita um pequeno recorte e uma objetivação de 100 mil reais para a APAE. Não há argumento de mérito.

Poderá haver - infelizmente o PT não assume, o argumento de que para oposição não se dá nada. O que é lamentável, porque esta oposição tem sido, normalmente, suficientemente séria para discutir projetos politicamente, decidindo apoiá-los ou não, sob perspectivas de política, sem tergiversar, sem fazer trocas, sem fazer quaisquer acordos a não ser aqueles da preocupação da coisa pública.

Nós não podemos negar a importância da APAE. Então, por que teimar em dizer não à APAE? Se é a assinatura do Ver. Antonio Hohlfeldt, eu quero deixar bem claro, peço que o Líder do PT assine a Emenda e fique o seu autor, eu me darei, absolutamente, por satisfeito desde que a APAE possa receber 100 mil reais.

Muitas vezes, nesta Casa, nas negociações que tive, na condição de oposição, a exemplo de quando o Ver. Dib era Prefeito de Porto Alegre, o Secretário de Governo, o hoje Deputado Mendes Ribeiro, havia um entendimento de que a iniciativa deveria ser do Executivo, eu não tive a menor dúvida em abrir mão da autoria da Emenda, deixar que ela chegasse pela mão do Executivo, desde que no mérito se atendesse aquilo que era necessário. Eu não preciso ser o autor da Emenda, o que eu gostaria é que fosse possível, Ver. Adeli Sell, a gente ser coerente, ser respeitoso com quem se dedica a uma causa que pouca gente tem coragem de abraçar, que são os excepcionais. Dizer que, porque já ajuda outros, não precisa ajudar essa Entidade, é lamentável e é sobretudo lamentável se realmente a posição da Bancada do Governo for contra a APAE, porque vai ficar discurso para um lado e prática para outro, uma coisa separada, muito feia para quem costuma discursar a favor daqueles necessitados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 8. Votação nominal atendendo à solicitação do Ver. Renato Guimarães. (Após a chamada.) Por 18 votos SIM, 12 votos NÃO, foi  APROVADA a Emenda nº 8.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à leitura de Declaração de Voto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.) 

Voto ‘sim’ por motivo de não ver e nem entender como poderá haver algum Vereador que tenha coragem de votar ‘não’ a um projeto tão importante como este da APAE.

(a)    Ver.ª Tereza Franco.”

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, o Ver. Pedro Américo Leal está solicitando a anulação do seu pedido de Licença para Tratar Interesses Particulares, aprovado na 100ª Sessão Ordinária, e a conversão em Licença para Tratamento de Saúde, no período de 1 a 7 de dezembro.

Em votação a Emenda nº 9 ao PLE nº 035/98. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, parece incrível  quanto tempo nós perdemos com “cabeças duras”. Impressionante!

Votada e aprovada há mais de um ano, a Lei de Fundo de Crédito Educativo ainda não foi colocada em prática pelo Sr. Prefeito. Veio a Lei de Diretrizes Orçamentárias e lá não estava a diretriz para implantar o Fundo de Crédito Educativo no Município. Uma Emenda do Ver. Nereu D’Ávila teve de ser feita e aprovada por esta Câmara. E como não estava nas prioridades orçamentárias, também nenhuma verba foi orçada para que o Fundo de Crédito Educativo fosse implementado e se tornasse uma realidade em Porto Alegre.

Repito, parece incrível que Porto Alegre que, segundo dizem, é a Capital da Qualidade de Vida, está deixando universitários pobres sem condições de estudar, sem condições de pagar o seu estudo.

Muitos candidatos defendem a educação e dizem que a educação é prioritária, mas na hora de, realmente, defenderem, votam contra. Como, há pouco, ouvimos o Ver. Adeli Sell encaminhar pela Bancada do PT, dizendo que é a favor da APAE, mas, quando tem que comprovar que é a favor, vota contra. Aqui, todos dizem que são a favor da educação e, quando têm que comprovar, votando a favor da educação, votam contra. Que coerência é essa?

Na minha terra, São Luiz Gonzaga, já tem crédito educativo, no Salto do Jacuí já tem crédito educativo. É um programa tão bom que políticos ilustres deste Estado o colocam no seu programa de campanha, como tenho aqui as promessas de campanha da Ver.ª Maria do Rosário, dizendo bem claramente que é a favor da criação da universidade pública estadual e a favor da ampliação dos programas públicos de crédito educativo. Está aqui, mas defendam o que prometem! E é da ilustre Ver.ª Maria do Rosário, que eu duvido que a Bancada possa votar contra - a sua Líder aqui nesta Câmara. E tão necessário para a educação o crédito educativo, tão importante como passar no vestibular é conseguir, de fato, estudar e pagar a sua universidade, pagar o seu curso. Ou a educação não é prioritária e importante? Vamos agora ver no voto se a educação é prioritária para todos os Partidos desta Câmara de Vereadores! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 09 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Como é simples construir argumentos que trabalham com uma parte só da realidade. O Ver. João Carlos Nedel acaba de lançar um desafio a esta Câmara e ele quer ver quem é a favor do ensino superior, quem é a favor de que os pobres possam estudar na universidade e quem é contra. Na visão dele, isso se resolveria pela votação dessa Emenda que ele apresenta.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é preciso que se diga que, para arrumar o ensino público deste País, é preciso que cada uma das esferas de Governo - Federal, que o Ver. João Nedel defende, do Fernando Henrique Cardoso, o Governo Estadual, representado pelo Antonio Britto -, cumpram com a sua parte na determinação do ensino superior e na qualificação do ensino.

Eu vou dar um exemplo ao Ver. João Nedel: no ano de 1996, a lei determinava que 0,5% do Orçamento Público Estadual fosse destinado ao incentivo do ensino superior nas instituições comunitárias e ela orçou 16 milhões para essa finalidade. Sabe quanto o seu Governo cumpriu em nível estadual, Ver. Nedel? O valor de 5 milhões e 300 mil reais, cortou apenas dez milhões e pouco! Mas, há outra coisa que V. Exa. não fala nesta tribuna, que, há duas semanas, seu Governo Federal, o Presidente Fernando Henrique Cardoso, cortou 800 milhões de reais do ensino superior, do ensino médio e de toda a educação deste País. E aí o Vereador encontrou uma solução: ele quer que os municípios, que detêm 18% de toda a arrecadação dos cofres públicos, passem a resolver os problemas do ensino básico, médio e superior. E, daqui a pouco, Vereador, eu penso que V. Ex.ª vai querer que os municípios organizem cursos de pós-graduação, de doutorado e de toda a área educacional.

É evidente que não pode funcionar uma estrutura pública com alguém que olha para o Orçamento Público e não entende, não trabalha com a idéia de que precisamos dividir competências. O Município tem uma competência fundamental que é o ensino básico. Eu vou passar um dado que é uma conquista de todos aqueles que lutam para melhorar o ensino da Cidade de Porto Alegre: no ano de 1985, nós tínhamos 10 mil matrículas na rede municipal de Porto Alegre, enquanto que, na rede estadual, nós tínhamos, naquela época, 131 mil matrículas. Hoje, Ver. João Nedel, nós aumentamos para 37 mil o número de matrículas na rede municipal; na rede estadual o número diminuiu para 129 mil. Então, aqui está demonstrada uma prioridade na educação.

Agora, é evidente, Srs. Vereadores, que o Município não pode arcar sozinho com todas as áreas da educação, não é razoável propor que aqueles pobres que não conseguem chegar às universidades hoje fiquem dependendo dos orçamentos municipais. Isso é o equivalente a dizer-lhes que eles nunca chegarão lá, pois os municípios não têm orçamento para suportar o Crédito Educativo para todos os pobres que precisam e que têm o direito de estudar em universidade pública. E daí, Ver. João Nedel, não dá para fazermos confusões dizendo: “Eu quero ver se a Bancada do PT é a favor de que o pobre possa estudar numa universidade com Crédito Educativo”.

É tranqüilo que somos a favor disso e nós votaremos contra esta Emenda, porque ela não resolve este problema, ao contrário, ela vende uma ilusão de que se poderia resolver por aqui e retira os focos de discussão dos locais onde, efetivamente, têm que se resolver no Orçamento Público para que haja o acesso dos pobres às universidades, porque eles têm esse direito. Tem mais um argumento, o da legalidade. O Ver. João Nedel propõe uma Emenda que contraria aquilo que ele mesmo votou na Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque nós temos escrito aqui no art. 8º: O Orçamento da Administração Direta conterá, necessariamente, dotação orçamentária sobre o código de reserva de contingência, fazendo algo que é contra a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que foi votada por esta Câmara.

Eu deixei este argumento para o fim, Ver. Nedel, porque não é o argumento legalista que me prende a votar contra a sua Emenda; é o argumento real de que, para o pobre ter direito, ter acesso à universidade, seja pública, seja privada, financiada por Crédito Educativo, é preciso que o Orçamento Federal dê conta disso, e não que se continue empurrando cada vez mais responsabilidades para os municípios, que têm cada vez menos recursos para fazer frente a essas questões. Nós temos que arrumar uma solução de fato, e não trabalhar no terreno das hipóteses, o que não leva a soluções. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 09 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Emenda do Ver. Nedel, destinando 500 mil reais para a implementação do Programa de Crédito Educativo Municipal, é, talvez, um primeiro passo. O que diz a LDB? Que, prioritariamente, os municípios devem investir no ensino fundamental, mas quando fala “prioritariamente” não diz “exclusivamente”. A LDB é muito clara nisso: os municípios podem - vai depender da sensibilidade e das prioridades - dispor de verbas.

No Rio Grande do Sul, a dotação orçamentária para a educação é de 35%; 1,5% é para a pesquisa e 0,5% é para o Crédito Educativo. A partir do próximo ano, vai começar a discussão sobre a UERG - a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul -, em cujo projeto está previsto que cada município invista 1% para o terceiro grau. Essa proposta está clara no projeto de lei de criação da UERG: os municípios que ingressarem, junto com as suas instituições de ensino superior comunitárias, vão ter que destinar 1% do seu Orçamento para o ensino superior. Aqui há uma controvérsia.

Eu tive o cuidado de fazer alguns cálculos: 500 mil reais. Hoje, calcula-se que, em média, um aluno, para 24 créditos, gasta, mais ou menos, 500 reais/mês. Esse aluno necessitaria de 6.000 reais/ ano para uma bolsa integral.

Fiz um exercício que, contemplando 500 mil reais/ano, como a bolsa é 50%, o Município de Porto Alegre, no primeiro momento, estaria dotando 166 alunos com meia bolsa.

Então, quero ressaltar que é um valor pequeno, embrionário, mas é um começo. Ou seja, 500 mil reais/ano beneficiariam 166 alunos com 50% da bolsa. E, ao mesmo tempo, sabemos que esse sistema é devolvido, porque as bolsas, o aluno recebe, mas tem a contrapartida de, num prazo de 12 a 24 meses, após a sua formatura, começar a ressarcir para que outros alunos possam se beneficiar.

Então, dentro dessa lógica, é um sistema pequeno, mas é o primeiro passo. O PSB encaminha favoravelmente à Emenda do Ver. João Carlos Nedel. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar, pelo PFL, a Emenda nº 09 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Carlos Nedel na justificativa da sua Emenda diz: “A Lei 7.974, de 25.03.1997 criou o Fundo Municipal de Crédito Educativo no Município de Porto Alegre, estabelecendo normas gerais para a sua execução. A Lei de Diretrizes Orçamentárias, por sua vez, inclui a matéria entre as diretrizes programáticas para o próximo exercício, restando, agora, a sua implementação.”

O objetivo do Ver. João Carlos Nedel é direto, conclusivo. Temos, aqui, Ver. Nereu D’Ávila, e V. Ex.ª tem participação diretíssima neste assunto, temos um diploma legal, consagrado por essa Casa, vetado pelo Sr. Prefeito Municipal, reafirmado por este Legislativo, cuja implementação se busca de todas as maneiras possíveis. Agora mesmo se falou muito em legalidade; o discurso legalista é muito próprio para ser justificado em determinadas situações. Nós não pretendemos abrir mais o leque dessa discussão. Se estamos falando em legalidade, a pretensão do Ver. João Nedel, expressa em sua Emenda, está absolutamente certa, pois o que ele quer é que se implemente no Município de Porto Alegre o cumprimento da Lei emanada desta Casa, e para tanto ele joga com a quantia ínfima, se considerarmos o conjunto do Orçamento Municipal. Não chega a cinco centésimos do Orçamento do Município; é menos do que um centésimo, não chega a meio centésimo o que se pretende alocar para que deslanche o Fundo de Crédito Educativo Municipal, para o qual nós temos a pretensão de que haverão de fluir outros tantos recursos, até mesmo da comunidade, na medida em que ele venha a ser implementado.

O que se quer com 500 mil reais poderia se querer com 100 mil reais ou com 10 mil, até com 1 real; o que se quer é deslanchar o processo. É isso que, obstinadamente, se nega nesta Casa, sistematicamente. Se lograrmos aprovar essa Emenda do Ver. João Nedel - e tenho esperança que tal feito iremos conseguir - será o quarto ou quinto “round” nesse enfrentamento permanente que temos tido, enquanto Legislativo, com a teimosia do Executivo, que não se dobra a essas evidências.

Nós não queremos cobrar de quem quer que seja comportamentos éticos ou políticos, porque sabemos que cada um administra, nesta Casa, as conveniências das suas posições políticas. Mas nós temos o direito de cobrar uma harmonia entre o discurso e a prática e, convenhamos, a desarmonia entre esses dois momentos da vida pública, no caso concreto, é  desproporcionalmente desigual.

Com que autoridade vai se cobrar do Governo Federal, que reduz valores utilizados no Crédito Educativo, se simultaneamente aqui em Porto Alegre a gente não quer colocar nenhum valor simbólico no Crédito Educativo Municipal? E que não é nenhuma excrescência, muito antes pelo contrário, cidades modestas, cidades pequenas, cidades com dificuldades enormes na administração de seus orçamentos, têm colocado, têm criado institutos semelhantes para colocarem à disposição dos universitários das suas respectivas municipalidades. Por isso, Sr. Presidente, eu estou aqui mais uma vez sustentando essa tese. Não quero cobrar postura ética de ninguém, porque eu não sou sensor da ética política na Casa, mas cobro isso sim, e o faço com toda serenidade, mas ainda que sereno com a intensidade devida, a harmonização entre o discurso e a prática, aqui, no caso, repito, está muito longe de se aproximar.

Vamos mais uma vez reafirmar, pela vontade política do legislativo, o Crédito Educativo Municipal já está instituído por lei vai deslanchar. Caso contrário, nós seremos o próprio legislativo desfigurando as suas decisões. Eu espero que isso não ocorra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 09 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a proposta que nós temos em pauta é bastante interessante, sobretudo, porque ela nos permite, de uma certa maneira, arrancar certas máscaras, e trazer a maneira pela qual, muitas vezes, se discursa por um lado e se trabalha diferentemente para outro.

O Ver. Henrique Fontana, representante da bancada governista, pergunta se a Emenda do Ver. João Nedel acabará, de repente, por substituir a política federal do Ministro Paulo Renato, a política estadual do Governador Antônio Britto e que talvez, extrapolando, comece a querer apoiar curso de pós-graduação e etc. Eu começaria dizendo que, se fosse assim, era muito bom, se nós tivéssemos essa condição, mas, evidentemente, pelos valores, pela idéia não é essa a questão que estamos discutindo, mas, argumentando, eu queria relembrar algumas pequenas questões e é bom que fique no horizonte desse debate.

Em primeiro lugar, uma das grandes mudanças que o Ministro Paulo Renato, Ministro do Presidente Fernando Henrique Cardoso, fez na área da educação, foi exatamente vir buscar o privilegiamento do ensino de 1º grau por parte do Governo Federal. É a política do Governo Federal, dar atenção ao ensino de 1º grau, porque se entendeu que não bastava apenas segurar lá na ponta final do 3º grau, quer o 3º grau da graduação, quer o 3º grau do mestrado e doutorado, todos os cursos de pós, se não tivéssemos condição de atacar o problema básico aqui, da educação primária, porque se atacarmos o problema da educação primária, nós não teremos depois o problema do analfabeto adulto, ou analfabeto funcional, como alguém mencionava aqui, outro dia, na tribuna, e que é aquele que, teoricamente, Ver. Pedro Américo Leal, se alfabetizou, mas que é incapaz de utilizar aquele aprendizado no dia-a-dia, ou que não lê, pura e simplesmente, porque não criou o hábito da leitura, como o senhor, eu e tantos outros temos.

Então, não se trata de tapar ou substituir função de uma outra estrutura de governo, porque, ao contrário, a estrutura federal já veio buscar, apoiar a estrutura municipal, e veio com um apoio tão forte que buscou interferir junto a garantia de salário mínimo de professor municipal que, talvez, aqui para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul, terminou até por diminuir o teto de salário de professor municipal, mas que lá, no Nordeste, lá no Centro-oeste, lá no Norte, mais do que triplicou, porque havia professor ganhando 80 reais por mês, e pela Legislação Federal passa a ganhar, no mínimo, 300, com subsídio do governo federal. Então, não há substituição de função de governo federal, como quer o Ver. Henrique Fontana.

Em relação ao estado, eu não vou falar do governo, mas eu vou falar de um projeto do Deputado Beto Albuquerque que, aliás, a Assembléia vota amanhã, um projeto que, a longos  anos, o Deputado batalhou, no meu entendimento, desnecessário, mas que sempre encontrou apoio de toda a Bancada de oposição da Assembléia Legislativa, que é a criação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Se podemos aceitar a proposta enquanto oposição ao Governo do Estado da criação de uma Universidade Estadual, por que não podemos aceitar em nível de uma Câmara de Vereadores a proposta de um pequeno apoio a quem eventualmente necessite desse financiamento.

Por fim, Senhores Vereadores, a Deputada Estadual Maria do Rosário, então candidata, dentre outras tantas propostas no seu panfleto de campanha dizia; “Criar Crédito Educativo”. Ou a candidata mentia, ou o PT não leu o panfleto da candidata Maria do Rosário, e ela propõe uma coisa e a bancada propõe outra. Fica aqui a discussão e a curiosidade do voto. É uma pena que a Deputada Maria do Rosário, ainda Vereadora, para a nossa honra, não esteja presente para poder justificar e defender o voto conosco.

É uma questão de coerência, temos que votar no FUNCRED, afinal até candidatos do PT defenderam essa mesma idéia. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem): O Ver. Antonio usou um argumento da tribuna que confunde os Senhores Vereadores, porque a Vera. Maria do Rosário foi candidata a Deputada Estadual, portanto propôs uma política para o Estado.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Henrique Fontana, V. Ex.ª sabe que uma Questão de Ordem é baseada no Regimento da Casa. V. Ex.ª sabe que não cabe esta Questão de Ordem.

O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 09.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vamos recordar os fatos; primeiro: em nível estadual, o Dep. Beto Albuquerque propõe uma Universidade Estadual, onde será quebrada a chamada sistematização constitucional, o 1º grau com o Município, o 2º grau com o Estado, e o 3º grau com a União, dando um e pouco para cada município. Argumento ponderável.

Segundo: nós, junto com o Ver. Reginaldo Pujol, propusemos a criação do Crédito Educativo Municipal. Só que o Ver. Reginaldo Pujol, igual a União e os Estados, propunha o ônus total para o erário público, ao contrário do nosso crédito, que é um Fundo de Crédito Educativo, onde poderão ser aportadas verbas, inclusive internacionais, da ONU, por exemplo, da UNICEF, ou da iniciativa privada. O Ver. Reginaldo Pujol renunciou, num gesto de largueza política, em favor do nosso Fundo de Crédito Educativo, que foi aprovado por esta Câmara, vetado pelo Executivo, derrubado o Veto por esta Câmara e, então, é Lei, promulgada pelo Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Finalmente: este ano, na LDO, que foi votada com atraso, porque ocorreram eleições, este Vereador colocou a implementação do FUNCRED como Emenda à LDO, vetada pelo Executivo e, recentemente, derrubado nesta Casa o Veto.

Portanto, está limpo o terreno para a implementação do Crédito Educativo, e o Ver. João Carlos Nedel finalmente colocou.

Eu ouvi alguns argumentos aqui, mas esqueceram, alguns Vereadores, que não vai ser somente o erário municipal que vai sustentar o crédito. Eu acho que a Emenda, como disse o Ver. Carlos Alberto Garcia oportunamente, dá o pontapé inicial na abertura do FUNCRED. Talvez, com esses 500 mil, depois aportem outras verbas que vão dar sustentação ao FUNCRED.

E, finalmente, eu falei, no início, da proposta do Deputado Beto Albuquerque, que é muito mais complexa e que vai ter uma enormidade de verbas para sustentar uma universidade estadual. Não se pode comparar, inclusive, a vitalidade do Município de Porto Alegre com o esgarçamento da situação financeira do Estado, pois o Município de Porto Alegre tem muito mais vitalidade política. Mas não é só ele que vai sustentar o Crédito Educativo, é um Fundo de Crédito Educativo. Repito argumentos aqui usados: se o Salto do Jacuí pode, que é um município pequeno, tirar verbas de algum lugar e colocar no Fundo de Crédito para prestigiar os jovens daquela localidade, se Capão da Canoa está criando condições - e eu mostrei as manchetes dos jornais, portanto são fatos - se muitos municípios colocam veículos para levar os estudantes para os pólos como é o caso dos municípios da Grande Passo Fundo, da Grande Santa Cruz, por que o Município de Porto Alegre, que tem vitalidade econômico-financeira inclusive com a nossa co-responsabilidade, não tem crédito para os estudantes?

Tudo bem, eu, jurista, eu, advogado, não posso passar por cima da sistemática constitucional e dizer que é absolutamente constitucional. Eu não faria essa desonestidade, mas existe o fator político e, aí, queremos nos entender com a Bancada do PT, porque temos algumas coisas que transcendem as questões puramente legais e constitucionais pela sua importância, como é o caso do Crédito Educativo. Hoje nós sabemos que quem aporta nos nossos gabinetes no mês de maio são aqueles que colocaram faixas nas suas casas quando passaram no vestibular e que se inscreveram nas universidades particulares, e que, depois não conseguem pagar com a renda familiar que têm e tampouco com sua renda pessoal, pois se ele tem emprego, o salário é de trezentos, quatrocentos, quinhentos reais no máximo e não pode pagar 450 reais na ULBRA para cursar quatro cadeiras como eu pago para o meu filho.

Não é uma questão jurídico-formal que se está questionando, mas se está tentando ampliar a possibilidade do estudante que vem a nós pedir uma bolsa de estudo para poder continuar os seus estudos. Dizemos para essas pessoas que não existem mais bolsas de estudo e que elas devem se inscrever no Crédito Educativo, no Diretório Acadêmico. Elas dizem que são poucas as vagas do Crédito Educativo. Então, seria uma possibilidade a mais para os estudantes. Honestamente, está faltando vontade política por parte do Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 9 ao Projeto nº 035/98. Votação nominal por solicitação do Ver. Renato Guimarães. (Após a chamada.) APROVADA por 17 votos SIM; 13 votos NÃO; 1 ABSTENÇÃO.

Sobre a Mesa, Declaração de Voto, firmada pelos Vers. Adeli Sell, José Valdir, Gerson Almeida, Antônio Losada e Maristela Maffei, à qual passamos a ler na íntegra: (Lê.)

“Votamos contra a Emenda nº 9 porque não é função da municipalidade privilegiar o ensino superior. Cumprimos, integralmente, nossa função no ensino fundamental e em outras áreas deixadas ao léu pelos Governos Estadual e Federal”.

 

A Mesa coloca em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra os votos dos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol.

Ver. Antonio Hohlfeldt solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares a partir das dezoito horas e vinte e cinco minutos de hoje.

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Passamos à votação da Emenda nº 10 ao PLE  nº 035/98. Não há inscritos para encaminhamento. O Ver. Renato Guimarães solicita votação nominal. Em votação. (Após a chamada.) REJEITADA, por 14 votos SIM; 17 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 11 ao PLE nº 035/98. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, um homem com dor permanente encontra solução aprendendo a conviver com a dor; um homem injustiçado encontra forças na própria injustiça para reagir; um homem derrotado em uma luta isenta e limpa sabe que se luta, se perde e se ganha, mas encontra força porque sabe que pode continuar lutando, mas um homem decepcionado por ter confiado no bom senso, na isenção, na sensibilidade de um companheiro seu de trabalho, esse não encontra remédio! Não tem remédio! A decepção é cruel, é má, machuca.

O Ver. Adeli Sell, em quem sempre achei bom senso, sensibilidade, isenção rejeita a Emenda que propus. Emenda simples, sem maiores pretensões, que diz: “Nenhuma obra prevista pelo Orçamento Participativo, para o exercício de 1999 poderá ser iniciada antes que tenham sido concluídas todas as obras listadas pelo mesmo para o exercício de 1997 e 1998.” Ora, desta tribuna, todos os dias os Vereadores do Partido dos Trabalhadores dizem que o Orçamento Participativo, que o Ver. Pedro Américo Leal chama de “diabólico”, é essencial à vida da Cidade. Ora, se o Orçamento Participativo é essencial à vida da Cidade, se as obras foram listadas, estou pedindo que elas sejam executadas. Nada de mais. E por que a decepção profunda que me causa o Ver. Adeli Sell? Diz ele, rejeitando a Emenda deste Vereador e causando profunda decepção: “Esta é uma Emenda que engessa completamente o Executivo. É necessário que se esclareça que as obras listadas pelo Orçamento Participativo são rigorosamente cumpridas pela Prefeitura e fiscalizadas pela própria população”.

Ora, Ver. Adeli Sell, sensível, sensato e isento, não faz jus à inteligência de V. Ex.ª esse argumento para rejeitar uma Emenda. Se as obras são todas feitas pela Prefeitura, se as obras são fiscalizadas pela população, não há por que não aprovar a Emenda que é singela. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PT, tem a palavra o Ver. Renato Guimarães, a Emenda nº 11 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, temos que estabelecer o debate que o Ver. João Dib quer trazer a esta Casa, que não é o debate para se fazer uma discussão sobre o Orçamento Participativo através de uma Emenda ao projeto do Orçamento anual. Esta Casa, em diversas vezes, em discussão de projetos, em discussão de emendas, tenta fazer o debate do Orçamento. Agora, nós, Vereadores, temos a atribuição de fazer o acompanhamento do Orçamento da Cidade. É bom que se esclareça isso. Temos ferramentas para fazer isso. Não há necessidade de propor Emenda ao projeto, engessando o Orçamento.

É a primeira questão, e colocamos isso quando o Ver. João Dib apresentou a sua Emenda, que a forma como estava sendo apresentada e redigida engessava toda a possibilidade de a Prefeitura executar os orçamentos. O Ver. João Dib foi Prefeito desta Cidade e sabe disso, sabe que uma obra planejada para um ano, por um conjunto de condições técnicas poderá não ser realizada naquele ano, e ser executada no ano seguinte sem comprometer o Orçamento seguinte.

Um exemplo é quando se propõe a pavimentação de uma rua onde haja necessidade de remoção de moradias. Isso constitui um atraso. Têm ainda situações jurídicas que atrasam a obra. Não podemos atrasar um orçamento anual por causa de um condicionamento técnico. Este é o primeiro debate.

A Emenda é infeliz, porque tenta constituir uma forma de acompanhamento do Orçamento engessando o Orçamento anual. E aí não tem como concordar, não tem como fazer o debate. Se a gente quer fiscalizar o cumprimento de cada Orçamento anual, têm ferramentas para isso e a gente pode estabelecer esse debate aqui na Casa. Agora, não é para engessar o Orçamento no todo.

A nossa intenção, como Vereadores, é fazermos o melhor pela Cidade. E se é para fazer o melhor pela Cidade, temos que ter a visão de que se uma obra não é cumprida dentro do calendário previsto, por um conjunto de condicionantes, vamos saber o motivo e fazer cobranças. Mas não condicionar de tal forma que inviabiliza o Orçamento do ano seguinte. Aí nos estamos jogando contra o interesse da municipalidade. E não é essa a nossa intenção. Se a nossa intenção é fazer o acompanhamento preciso das obras do Orçamento, não é através dessa Emenda. Vamos estabelecer ferramentas para isso.

Nós insistimos, em primeiro lugar, na coerência que sabemos que tem o Vereador, para que se possa rejeitar essa Emenda e estabelecer o debate que se faz necessário.

O último argumento é ressaltar que todas as obras propostas para o orçamento de 1997 foram cumpridas, mesmo com o corte do governo federal de 40 milhões de reais na receita do Município. Foi cumprido todo o Orçamento de 1997 e estamos executando a maioria das obras de 1998 - a maioria já está licitada. Portanto, Vereador, o que a gente chama a atenção para que não haja engessamento do conjunto de obras propostas no Orçamento anual, que a sua proposta, infelizmente, prevê: o engessamento total de um Orçamento, em detrimento do outro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar, como autor, a Emenda nº 11 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sempre digo, neste Plenário, que eu tenho esperança no Ver. Renato Guimarães, mas ele faz força e me decepciona sempre.

Agora ele vem falar em coerência, em fiscalizar as obras. Ele não estava nesta Câmara, ainda quando aprovamos um Projeto de Lei em que as obras do Orçamento Participativo deveriam ser encaminhadas a esta Casa antes da aprovação do Orçamento. Nós aprovamos, o Prefeito vetou, nós derrubamos o veto e o Prefeito não mandou.

O Ver. Renato Guimarães vem a esta tribuna e diz que as obras de 1997 foram todas realizadas. Mas foi a primeira vez que alguém do PT diz que as obras de 1997 foram realizadas.

Vereadores de oposição vieram a esta tribuna dizendo que foi lido nas declarações do Dr. Ubiratan que 52% das obras de 1997 não haviam sequer sido iniciadas.

E eu já analisei o Orçamento de 1998, mostrando o que foi empenhado em matéria de obras previstas pelo Orçamento Participativo - empenhado não significa obra realizada -, e estava muito pouco, e mesmo que, a partir de agosto, dobrasse a atividade da Prefeitura, não chegaríamos a concluir as obras de 1998.

Eu vou fazer justiça ao Dr. Ubiratan, pois foi a única pessoa que me disse, na sexta-feira, que aquela nota no jornal não correspondia à realidade, isto é, que não eram 52% das obras que não estavam realizadas de 1997. Ele me disse isso e eu não tenho porque duvidar dele, mas estranho que em todo o tempo, a Bancada do PT sempre atenta a todas essas denúncias, a todas essas reclamações sempre explicando, claro, que no Governo do Estado deveria se fazer mais, que no Governo da União deveria se fazer mais, mas não explicando porque não fizeram na Prefeitura, que tem muito dinheiro.

Então, não entendo onde fica engessada a Prefeitura. Será que são tão incompetentes para dizer que as obras listadas não puderam ser realizadas por essa ou aquela razão? Será que se houver razão efetiva para que a obra não se realize, nós vamos considerar que ela não foi realizada ou que ela foi adiada? Também deste lado da oposição há bom senso. Eu acreditava no bom senso do Ver. Adeli Sell. Fui obrigado a desacreditar agora, mas claro que continuo para outras oportunidades, acreditando no bom senso, na sensibilidade, na sensatez do Ver. Adeli Sell, mas esta Emenda é para atender aquelas centenas de pessoas que participam do Orçamento Participativo, porque nas reuniões do Orçamento Participativo é bom contar o número de carros oficiais que lá se apresentam, para termos idéia do que acontece. Ora, se essa gente que sabe tudo da Prefeitura vai lá para prometer obras que não podem ser realizadas, então nós estamos mais certos do que nunca em exigir e já exigimos várias vezes a relação das obras do Orçamento Participativo para que nós possamos acompanhar. Volto a dizer, em 1998, no dia 30 de agosto, nós tínhamos empenhado muito pouco das obras a serem realizadas dentro da rubrica investimento da Prefeitura. E volto a dizer: empenhado não significa obra realizada, só aquelas que foram pagas é que foram realizadas, aliás nem sempre as que foram pagas foram realizadas, porque eu conheço o caso do incinerador de lixo que foi pago e até hoje não foi instalado.

Então, eu espero que a Emenda simples, singela por mim apresentada seja aprovada, inclusive pela Bancada do PT que gosta muito do Orçamento Participativo. Saúde e paz.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 11 ao PLE nº 035/98.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu precisava falar agora que o Ver. João Dib, de repente, se transformou no grande colaborador do PT e do Governo, ele está querendo ajudar o Partido dos Trabalhadores, que já elegeu o Orçamento Participativo como o que de mais sublime exista na Cidade e cooptou esse Vereador.

Ver. Pedro Américo Leal, seu colega, Ver. João Dib, está cooptado, ele reconhece a importância do Orçamento Participativo, de tal ordem, que quer vê-lo cumprido.

Eu quero vê-lo cumprido, afinal, as prioridades democraticamente indicadas pela população da Cidade e reunidas nas várias instâncias do Orçamento Participativo, devem ser cumpridas. Essa é a súmula do discurso do Ver. João Dib que diz o seguinte: “Se algum contratempo surgiu, então, primeiro enfrente-o para depois seguir adiante”.

Dizem os mais inteligentes e equilibrados Vereadores da Casa, que é o risco do engessamento, porque existem algumas obras que não conseguem ser realizadas por problemas judiciais. Ora, as obras que não foram realizadas em função de uma determinação judicial não serão objeto dessa Emenda do Ver. João Dib, porque ao Executivo não cabe enfrentar o Judiciário, deixando de cumprir a sua determinação. Então, mesmo que seja aprovada a Emenda do Ver. João Dib, Ver. Carlos Garcia, V. Ex.ª que é um homem equilibrado e que tinha esse temor, aquelas obras que possam, eventualmente, não ser realizadas em função de que houve uma pendenga judicial qualquer, não estão guarnecidas e acobertadas por essa Emenda porque ela não tem o condão de determinar que o Município não cumpra uma determinação judicial.” Dir-se-á que algumas obras têm a sua prioridade restabelecida e intensificada no outro ano.”

Ora, vamos ser claros, o que quer o Ver. João Dib - pode até que a sua Emenda não seja nenhuma perfeição técnica, talvez ela devesse ser mais lapidar, mas o que o Ver. João Dib quer é que não se transforme em regra, nesta Cidade, passar ano após ano, e as prioridades do Orçamento Participativo, a grande bandeira da Administração Municipal, continuarem a ser descumpridas.

Hoje surgiu, como novidade, a informação de que as obras do Orçamento de 1997 estão cumpridas. É novidade, porque, até agosto, oficialmente, o Município dizia que 52% das obras não haviam sequer sido começadas. Deve ter havido uma forte recuperação! Mas, mesmo que tenha havido essa forte recuperação, o que há a festejar na confirmação de que, em 1998, se fizeram as obras de 1997? Não há nada a festejar! Obras priorizadas em 1997, salvo exceções honrosas, têm que ser executada em 1997; obras priorizadas em 1998 têm que ser executadas em 1998. E se nós ficarmos, ano após ano, devendo essas obras, será irrecuperável o tempo, como já considero irrecuperáveis, no tempo, os atrasos freqüentes, contumazes com relação às demandas oriundas das várias instâncias do Orçamento Participativo.

Eu entendo que isso se resolveria fácil não fosse sonegada, como é, a informação à Casa das prioridades por antecipação, não votássemos nós às cegas, não votássemos nós aqui no desconhecimento total do Plano de Investimento, que só é revelado a nós depois de aprovado o Orçamento da Cidade. Não houvesse isso, nós não teríamos necessidade de estar buscando esse tipo de correção. Mas nós votamos às cegas, assim como é pacífico, tranqüilo, inquestionável que os atrasos contumazes na execução das obras priorizadas no Orçamento Participativo se transformaram numa coisa rotineira no Município.

A Emenda do Ver. João Dib, ainda que possa ter alguma imperfeição técnica, merece ser aprovada, pelo que ela tem de positivo para tentar corrigir esse anacronismo que está ocorrendo com relação a essa imposição para a Cidade de uma realidade desfeita no dia-a-dia pela não-realização das obras que correspondem à priorização das instâncias do Orçamento Participativo, que é infalível, segundo se diz na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Por isso vamos votar com o Ver. Dib. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. Renato Guimarães, a Emenda nº 11 ao PLE nº 035/98. (Após a chamada.) REJEITADA por 14 votos SIM, 16 votos NÃO, 1 ABSTENÇÃO.

Em votação a Emenda nº 12 ao PLE nº 035/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda nº 01, à Emenda nº 12, aposta ao PLE nº 055/98.  (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovem permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA contra o voto do Ver. Guilherme Barbosa,  Eliseu Sabino e Abstenção do Ver. Juarez Pinheiro.

Em votação a Emenda nº 14. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovem permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Srs. Vereadores, nós concluímos a votação do Projeto que estima e Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do Município. Vamos para a votação dos Orçamentos das Autarquias e da Fundação.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2890/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/98, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício econômico-financeiro de 1999. Com Anexo I.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- “quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.      

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 037/98. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLE nº 037/98 com o seu Anexo 1. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2891/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/98, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação para o exercício econômico-financeiro de 1999. Com Anexo I.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- “quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.      

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 038/98.  O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje nós estamos aqui examinando as peças orçamentárias, entre as quais se inclui a do Departamento Municipal de Habitação, que faz parte do Projeto de Lei nº 28/91, encaminhado à Casa, hábil e intempestivamente, por Sua Excelência o Sr. Prefeito Municipal. O Orçamento total do DEMHAB prevê receitas na ordem de 34 milhões 70 mil e 6l5 reais, isso para uma despesa correspondente, isto é, a mesma receita estimada é a mesma despesa que se pretende efetivar. Fica claro que se pretende utilizar somente 100 reais como operação de crédito, segundo a previsão orçamentária. Ficamos um pouco atrapalhados na leitura desses números, porque vemos que o programa que o Orçamento que o DMAE pretende desenvolver prevê, em vários dos seus itens, a utilização de recursos transferidos a título de financiamentos, como obras no Arroio Dilúvio, já anunciados em Porto Alegre desde 1986, quando aprovamos o financiamento do FONPLATA, e aqui falam que pretendem utilizar 548 mil e 134 reais para a conclusão dos trabalhos do FONPLATA.

No programa PRÓ-MORADIA/96, que é quase que integralmente coberto com recursos transferidos, através de financiamentos, pretende-se colocar 11 milhões e 955 mil reais. Como não sou um homem de finanças, um acadêmico na área de Ciências Contábeis, pergunto onde se vai colocar essa receita decorrente de operação de crédito, quando o Orçamento prevê somente 100 reais como operações de crédito? O parecer da Comissão de Finanças e Orçamento que necessariamente tem que instruir a discussão e a votação das leis orçamentárias, diz que o processo está devidamente instruído e de total conformidade com o disposto da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, na Lei de Diretrizes Orçamentarias. É o que diz. Como é limitado o meu conhecimento, eu passo a ter profundas dúvidas quanto ao ordenamento da receita e da despesa deste Orçamento, que pretende gastar 34 milhões do corrente ano, que fala que pretende utilizar, para isso, 100 reais de operação de crédito e fala em utilizar 15 milhões, 93 mil e 134 reais como transferência de capital. Que é essa transferência de capital senão outra operação de crédito já em andamento?

O que eu gostaria de acentuar, de forma muito precisa e objetiva é que, apesar desta informação de que a operação de crédito se pretende utilizar apenas 100 reais, em verdade, a quase totalidade dos investimentos do Município se dão com transferência de capital que são decorrência de operações de crédito já realizadas e autorizadas por esta Casa. Isto faz com que grande parte deste Orçamento, em termos de liberdade de influência, fique, senão engessado, moldado de forma “imexível”, na medida em que ninguém, nem nós, do Legislativo, e nem tampouco qualquer instância do Orçamento Participativo ou qualquer um mortal desta terra vai poder dizer que uma operação de crédito, contratada para uma finalidade, gere recursos para serem colocados em outra finalidade.

Então, nesse sentido, o Orçamento do DEMHAB ou é aprovado do jeito que veio ou não é aprovado de jeito nenhum, porque, pelo menos em termos de investimentos, Ver. Lauro Hagemann, não dá para mexer em nada. Simplesmente, são 15  milhões e ponto final. Como o total de investimentos é de 18 milhões, sobra muito pouco para ser mexido. Então, este Orçamento tem duas alternativas, ou se vota a favor ou se vota contra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLE nº 038/98.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, desde logo declaro que vou votar favoravelmente ao Projeto de Orçamento do Departamento Municipal de Habitação, até porque iniciei a minha vida pública no Serviço de Habitação Popular que hoje é o DEMHAB. Mas, não posso deixar passar em brancas nuvens a oportunidade que se me é oferecida pelo Sr. Prefeito Municipal que, por falta de imaginação, falta de vontade, sei lá, escreve cinco vezes a mesma Exposição de Motivos. Como desta tribuna tenho reiterada vezes reclamado investimento na saúde, que deve ser de 13% das receitas globais do Município, vou ler um pedaço assinado cinco vezes pelo Prefeito Raul Pont: “O demonstrativo abaixo apresenta os valores globais dos Orçamentos das administrações direta e indireta, DMAE, DEMAHB, DMLU e FESC. É importante registrar, para efeito de análise, que a despesa global da administração direta, excluindo os recursos do Sistema Único de Saúde, - 260 milhões de reais -, é de 631 milhões e 633  mil.” O que diz a Lei Orgânica, art. 163, parágrafo segundo? “O montante das despesas com saúde não será inferior a 13% das despesas globais do Orçamento anual do Município excluídas do cálculo as transferências da União e do Estado referentes ao Sistema Único de Saúde.”

Portanto, nós já aprovamos o Orçamento da Centralizada, mas sem que tenha 13% do Orçamento global do Município para a saúde. E a Comissão de Justiça, por unanimidade, no passado, já declarou, com votos do PT, que os 13% são do Orçamento global do Município. O Prefeito, apenas para me dar razão, apenas porque acredita no que digo, escreve cinco vezes a mesma coisa: é o Orçamento global do Município e, não, da centralizada que deve resolver os 13% da saúde. Portanto, o DEMHAB merece a nossa atenção, até porque o Dr. João Verle poderá vir a ser Presidente do BANRISUL e temos que estar ao lado dele, apoiando-o na sua proposta orçamentária. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 038/98.  (Pausa.) Os. Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2892/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/98, que estima a Receita e fixa a Despesa da Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC para o exercício econômico-financeiro de 1999. Com Anexo I.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:  

- “quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.      

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 039/98. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa apregoa Emenda nº 02, de autoria da Ver. Luiz Braz, subscrita pela Ver.ª Sônia Santos, ao  PLL nº 079/98.

Srs. Vereadores, nós cumprimos com a obrigação da Casa, neste ano de 1998, fazendo com que os Projetos do Orçamento para o ano de 1999 fossem votados no prazo estabelecido pela Lei Orgânica do Município.

Também votamos o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, dentro do prazo que nos é dado pela Lei Orgânica do Município. Assim sendo nós, Vereadores de Porto Alegre, cumprimos com a nossa missão de discutir, emendar e votar os Projetos de Orçamento.

Não existindo mais quórum, damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h19min.)

 

* * * * *